terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

02 DE FEVEREIRO > DIA DE IEMANJÁ


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02 FEVEREIRO > DIA DE IEMANJÁ
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Neca Machado Iemanjá em seu culto original é um orixá associado aos rios e desembocaduras, à fertilidade feminina, à maternidade e primordialmente ao processo de gênese do Àiyé (mundo) e a continuidade da vida (emi). Também é regente da pesca, e do plantio e colheita de inhames. P. Verger, em seu livro Dieux d'Afrique, registra: "é o orixá das águas doces e salgadas dos Egba, uma nação yoruba estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemọjá. As guerras entre nações yorubas levaram os Egba a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. (...)O rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá."Após a guerra entre os egbás e os daomeanos sobraram poucas pessoas desse culto, tendo em vista a dispersão ou mesmo prisão destes pelos inimigos. Segundo R. Ogunleye, "Não está claro se o rio Ogun precede Yemoja ou se Yemoja trouxe o rio Ogun a existir para que ela pudesse criar um quartel-general como um assento de seu governo. Seja qual for o caso, o rio Ogun tem vindo a ser aceito pelos yorubas como o "quartel-general" de Yemoja. De seu trono lá, ela se manifesta em qualquer outro corpo de água". A referência da guerra e da fuga dos egbas reflete-se em sua mitologia.

Os principais relatos mitológicos de Iemanjá se desenrolam com os orixás primordiais da criação yoruba do mundo. Evidenciou-se na segunda metade do século XX um consenso entre autores de que Iemanjá é filha da divindade soberana dos mares e oceanos Olokun (esta última uma divindade feminina em Ifé e masculina no Benim), sendo esse vínculo celebrado na cidade de Ifé, considerado como berço da civilização yoruba. R. Ogunleye alude sua origem também a partir de Olorun (Olodumaré), divindade do orun. Se constata então como filha da união mitológica conturbada de Olokun e Olorun] e irmã de Ajê Salugá.] Olokun pelo caráter instável e destrutivo foi atada ao fundo do oceano em seus domínios após uma tentativa de dilúvio frustrada por Olorun, E. L. Nascimento menciona ao referir-se ao temor aos aspectos anti-sociais ou negativos dos Orixás femininos, "Iemanjá, igualmente, representa em seu aspecto perigoso a ira do mar, a esterilidade e a loucura". Não obstante, é muito frequente referências a natureza benéfica de Iemanjá, L. Cabrera assim defende: "Sem deformar essa definição encantadora e irrefutável, podemos imaginar Iemanjá emanada de Olokun, com seu poder e suas riquezas, mas sem as características tremebundas que o associam mais à morte do que à vida, como sua manifestação feminina - Iemanjá é muito maternal - e benéfica". Na cosmologia e gênese de A. B. Ellis influenciada por P. Baudin é filha da união de Obatalá com Oduduwa numa manifestação feminina.