Louis I. Kahn foi um dos mais importantes
arquitetos do século XX, da estatura de Le Corbusier, Alvar Aalto ou Mies van
der Rohe, embora não seja tão conhecido pelos estudantes brasileiros como estes
outros. Em suas obras apareceram grandes inovações formais, confrontando o
Espírito da Época de meados do século XX. A composição é sempre feita de formas
geométricas elementais, volumetria simples e diáfana, estruturas macivas,
materiais aparentes, e faz dialogar a mais alta tecnologia construtiva com
técnicas estruturais seculares. Em um tempo em que vigia a expressão coletiva e
o anti-individualismo do Estilo Internacional, Kahn devolve ao arquiteto a sua
expressão pessoal. À leveza e transparência da arquitetura do vidro, Kahn vai
preferir os grandes panos cegos de concreto ou tijolos cerâmicos. A
espacialidade funcionalista sera substituída, na sua obra, pelos espaços
monumentais; os seus “espaços servidos” ganharão uma importância que não tiveram
nos últimos sessenta anos. Louis I. Kahn foi uma influência definitiva para as
novas gerações.
Itze-Leib Schmuilowsky nasceu em 1901, de uma
família judia pobre na ilha de Ösel, na Estônia (então parte do
Império Russo) e passou parte de sua infância em Kuressaare. Devido à
Guerra entre Russia e Japão sua família imigrou para os Estados
Unidos em 1905. Foi naturalizado americano em 1914 e teve o nome mudado
por seu pai em 1915 para Louis Isidore Kahn.
Fatos marcantes na sua formação vão influenciar
definitivamente a sua obra madura. Diferentemente dos grandes mestres de então,
bem como dos seguidores destes, Kahn estudou na Universidade da Pensilvânia
segundo a tradição Beaux-Arts. Em 1928, em viagem de estudos na Europa, seu
interesse recaiu sobre as ruínas de Carcassone e os castelos medievais da
Escócia, mais do que sobre os edifícios clássicos.
Trabalhou, a partir de 1929, com Paul Cret,
arquiteto filiado à tradição clássica. Associou-se a seguir com George Howe e
Oscar Stonorov, projetando conjuntos residenciais. Sua estadia na American
Academy em Roma, em 1950, representou uma virada completa no seu modo de
encarar a arquitetura. Disse, logo após, que a arquitetura da Itália
permaneceria como fonte inspiradora para obras do futuro. Porém, diferentemente
dos arquitetos de tradição clássica, que tomavam esta inspiração de maneira
mais figurativa, Kahn vai tomá-la de forma mais abstrata e reflexiva.