MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS (Pesquisas)
(AS PUTAS TAMBÉM ENVELHECEM, ASSIM COMO OS CANALHAS)
CRONICA: " UMA PUTA CHAMADA MILAGRES"
Por:
(Neca Machado)
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa,
Oceania, América do Sul) 2016, classificada
em 2016 na obra brasileira
“Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na obra
Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019.
Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 25 obras lançadas em Portugal
em 2016, 2017, 2018 e 2019. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas,
publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra
lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A
vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4”
(14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make
believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em
Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra,
além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa –
Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019.
Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs
na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
“UMA
PUTA CHAMADA MILAGRES”
(Milagres acontecem!)
Para ELE ( ) um Don Juan “pé rapado”, caboco que nem
tinha estudo, nunca soube o que era um banco de escola, era muito elegante, diziam as mais velhas, gostava de uma calça de tergal bem passada, tinha que ter vinco no meio,
camisa de manga longa engomada, brilhantina nos
cabelos, e aquele sorriso que encantava no primeiro olhar, um relógio tão
grande que parecia uma tigela no braço.
Sua vida
não foi um mar de rosas, a família pobre vinda do interior das ilhas do Pará,
aportou no Igarapé das Mulheres para fazer escambo
numa velha embarcação que metia medo para atravessar o Rio Amazonas em dias de
chuva, tremia mais que “vara verde” em vendaval, e ELE ( ) resolveu se
aventurar como atravessador, só tinha 18 anos, comprava bananas, açaí, camapu,
Piracui, bacaba em caroço, Peixe seco, e trocava nas mercearias das Docas,
vendia fiado no início, mas não deu certo, então resolveu que só queria
dinheiro vivo mesmo, e baixou os preços, assim, começou sua vida de “comerciante”,
enriqueceu, diziam as Pioneiras do Laguinho, depois se transferiu como
comerciante para os garimpos do Lourenço e ai, se
deu bem.
ELA (
)
Um verdadeiro presente caído do céu.
Para
os Puteiros da Velha Macapá, miúda, ar angelical, cabelos de seda como os raios
do sol do Equador em época de equinócio, que batiam na cintura, corpo de miss,
beleza rara em terras tucujus, os olhos, oh! Que olhos lindos, feitos uma
peteca, dizia outra, azuis como a cor do céu. Não gostava de sapatos, vivia
descalça feito menina livre em capoeira, os seios, como que saídos de um conto
de fada, parece que foi moldado em ninho de beija flor.
ENCONTRO
O ENCONTRO entre os dois foi num dia de
verão, quente, feito um inferno dizia ELE,
( ) chegou irritado no Puteiro, cansado, cheio de problemas, contas
que não acabavam mais, e ainda tinha a família, coitados.
A cafetina
logo que o avistou, chamou o Anjo
com apenas um sinal do dedo indicador.
E ELA como por encanto, realmente o ENCANTOU.
Diziam
que era encantada, que virava Mururé.
A irritação dele passou, feito remédio para
dor de cabeça. Depois da companhia DELA num
quarto de quinta.
O sorriso
voltou, mandou tocar sua música preferida, desceu uma rodada de conhaque barato
para todos os clientes, e gritou que a conta, era por “conta dele”
Ninguém
entendia nada, mas estavam todos felizes.
FOI UM VERDADEIRO MILAGRE.
E a partir daquele dia, o nome da PUTA se
tornou MILAGRES.
MILAGRES ACONTECEM, basta
escolher o Anjo certo.