CRONICA DA NECA MACHADO
DESAPEGANDO DE LIXOS...
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, 2017, 2019
Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 25
obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019. Licenciada Plena em
Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil
e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
DESAPEGANDO DE LIXOS...
Meio
século depois é que realmente consegui perceber o quanto de LIXO acumulamos na vida.
Gosto
de observar, de escutar, de refletir...
E
diante de uma afirmação de uma Pioneira, quase centenária, comecei a tecer
minhas conclusões de como o LIXO é
realmente inservível em nossas vidas, quando não damos a ele o destino correto.
Muitos ainda servem para serem reciclados, outros, nem para húmus servirão,
serão apenas resíduos que contaminarão o solo ou o ar, e até como LIXO são prejuízos, tanto ao meio
ambiente como espiritualmente, muitos LIXOS
HUMANOS, segundo conceitos de alguns, (
) vagarão sem rumo até voltarem de novo para aliviarem seus
sofrimentos...
·
A Pioneira entre suas rugas que o tempo lhe
trouxe, me fez refletir sobre a cidadania
que tanto exerceu como profissional da área medica, foi integra, correta
durante sua vida laboral, ajudou tanta gente, amenizou o sofrimento de tantos
pacientes, muitos até abandonados à própria sorte, e entre quase uma lagrima
furtiva que teimava em querer cair, vi seus olhos marejarem e cheia de sabedoria
exclamou: “Hoje sou LIXO para o
serviço público”, sem plano de saúde, tenho que mendigar atendimento e buscar
amenizar minhas dores.
·
E lá estava o LIXO de novo a pairar sobre mim; LIXO humano (?)
·
E lembro de outro caso de LIXO que observei.
·
Recebi a notícia do falecimento de uma
conhecida e decidi visitar a família para me solidarizar com a dor da sua
perda, e qual foi meu espanto ao penetrar na entrada de sua residência: lá
estavam seus objetos que ela tanto ACUMULOU
durante sua vida, feitos LIXO para
serem selecionados; alguns seriam doados, outros queimados. E meu coração se
apertou; imaginei sua revolta em vida com seus “ACUMULOS” de LIXO sendo descartados sem nenhum critério ao OUTRO,
porque só a ela tinham interesse.
·
A vida é assim: ACUMULAMOS MUITAS VEZES PURO LIXO. Que precisamos em outra hora nos
desapegarmos deles.
·
E voltei de novo a pensar sobre a AMIZADE LIXO: como radialista observei
muitas vezes determinado cidadão ( )
perambular por uma emissora para falar “suas baboseiras” como cansei de escutar
nos corredores: uns diziam: lá vem ele falar suas baboseiras....E ao
encontra-lo em um determinado local por acaso, lhe perguntei: (sabe aquela
figura que você ia lá? Tá presa por corrupção, e questione: Você não vai
visita-lo? Era seu amigo. E ele quase de maneira agressiva, abriu um olhar
profundo e me disse: EU NÃO, não
tenho nada a ver com isso, ele que pague pelo que fez...) E Eu, quase cai
morta, eram “amigos” E aí, observei e tirei minhas conclusões: AMIZADE LIXO, foi descartada quando o
outro não podia mais servi-lo.
·
E assim, tento LIMPAR MINHAS GAVETAS DO TEMPO, DE TANTO LIXO que acumulei.
·
Inservíveis, muitos a NADA.
·
Foram tantos livros... Alguns até me deram
algum conhecimento.... Tentei vende-los, em vão.
·
Nem
houve interesse de alguém, e olha, que muitos estão autografados e seus autores
MORTOS.
·
Tantos jornais que guardei, escrevi milhares de
artigos diversos como jornalista colaboradora, e ainda tenho DRT-AP, diferente
de muitos LIXOS que não conseguiram sequer
ir à universidade e se intitulam “jornalistas”, para nada, vou tentar
digitaliza-los e guardar algumas notícias em meus blogs, talvez servirão a
algum estudante quando eu morrer.
·
Tantos sapatos, muitos jogados ao LIXO porque perderam valor, perderam
qualidade e só davam nos meus pés, e hoje só quero um confortável para caminhar,
(percebi isso na primeira viagem internacional que fiz, decidi ir com um sapato
de salto alto e quando cheguei no aeroporto de Nova Zelândia só queria uma
sandália “havaiana” e não encontrei, a que encontrei era a peso de dólar, e não
era americano, era australiano.
· E hoje viajo com um tênis confortável, porque
muitos aeroportos internacionais passam de 40 portões e muitas vezes tem que se
andar quase 30 minutos para chegar ao portão de embarque.
·
Objetos que comprei por impulso, são LIXOS.
· tento me
desfazer de muita coisa que tenho, mas, para muitos, SÃO LIXO.
·
Desejei tanto ao longo de mais de duas décadas
no serviço público, voltar atrás e mudar muita coisa, e NÃO COMPRARIA LIXO.
·
Deveria
ter comprado um grama de ouro a cada mês, me disse alguém mais sensato.
·
E seria sensato sim, teria algum lucro, quando
precisasse “vender” para as necessidades.
·
E não comprei.
·
E volto a lembrar de uma crítica a um
determinado cidadão “arrogante” que escutei no banco: (um dizia ao vê-lo
passar: lembra desse aí? Não fez um concurso público, vivia de nariz empinado
numa certa emissora, e um dia deram lhe um chute na bunda e agora anda por ai
atrás de patrocínio para tentar vender umas merdas que produz...)
·
E eu respondi: É A VIDA! Não planejou seu futuro, vai sofrer as consequências,
serviço público ainda para muitos tem estabilidade senão fizer besteiras.
·
E o outro retrucou: LIXO.
·
E eu
sorri, e pensei, um belo tema para uma crônica urbana.
·
Muitas
vezes perdemos tempo com LIXO:
·
Lixo
mental, lixo espiritual, lixo material, lixo humano...
E
precisamos “realmente” DESAPEGAR DE
LIXOS, eles não vão em caixão.