quarta-feira, 6 de maio de 2020

O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA


                                          A MORTE DA PUTA “NIKITA”

(Neca Machado está APOSENTADA e mora na Europa)



(Neca Machado)
BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta, Folclorista, Contadora de Estórias, que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 28 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)






A MORTE DA PUTA “NIKITA”


A cena parecia filme de terror, me disse ELA (  )
Prostitutas gritando, o sangue escorrendo no meio da poeira...


          NIKITA, não era seu nome, ninguém nem sabia sua origem, contava tanta mentira que logo a máscara caiu.
Quando se vai para o garimpo ou para se viver outra vida, como a da prostituição, mulheres que tem um pouco de “inteligência” repetia ELA, (   ) esquecem o passado, muitas têm família, outras estudaram até o 2º grau, me pergunta: ainda tem segundo grau?
Respondo: não existe mais, a educação mudou, estamos em pleno século XXI e agora tem ensino tecnológico.

O que?
Deixa para lá, continue, repito.
E me disse que naquele dia, parece até que o céu chorou.
Ela estava lá, escutou falar do crime.

           NIKITA era Homem, chegou ao Oiapoque vestida de Mulher, era linda, tinha os olhos feito uma peteca, verdes, brilhantes, o corpo de um menino de 15 anos, fala mansa, unhas bem pintadas, cabelo sedoso, o seio pequeno tentava aparecer que era uma verdadeira Mulher, sentava com as pernas cruzadas feito uma Dama, o batom sempre impecável, as argolas pareciam de ouro, disse que ganhou de um garimpeiro, acreditei, era ouro mesmo.

NIKITA, não sabe nem como foi apelidada de NIKITA.

Disse que conheceu um gringo, que ele tinha ido a Rússia e que a achava parecida com uma tal NIKITA, ela gostou tanto do nome que resolveu mudar o seu original e ficou apenas NIKITA.

Atravessou o Rio numa catraia, com tanto medo que os dentes não paravam de bater, dizia que aquilo era uma verdadeira odisseia, que merecia ter o seu próprio filme, que sua vida era um roteiro para fazer sucesso em Hollywood.

NIKITA foi parar num garimpo no meio da mata,  
Na primeira malária só queria voltar.
Mas, prometeu que ia comprar um fusca, seu sonho de consumo, e disse que nunca ia desistir.
Seus dentes ainda bons, mereciam tratamento melhor.
Correndo da polícia francesa deixou cair até a pasta de dentes e para não ficarem amarelos (cheios de carie) lavava de manhã a boca com pedaços de carvão, que sobravam do fogo para o almoço, escutou de um cliente que o carvão deixava branco, e era verdade, repetia.

NIKITA teve muito amores-Clientes.

E também teve muitos inimigos, mulheres que foram ao garimpo acompanhar seus maridos em busca do ouro, prostitutas Velhas que tinham ciúme de sua juventude, prostitutas feias que invejavam sua beleza ariana, e ela dizia que era descendente de russos, e quem a não conhecia, a chamava de RUSSA.

Um dia chegou um garimpeiro jovem, que “bamburrou” em outra “currutela”, comprou logo um trator novo, vários moinhos, canos longos para retirar cascalhos e tinha um monte de “interesseira” nos seus futuros lucros, mas ele se apaixonou por NIKITA.

ELA usava um short minúsculo, uma blusa amarrada na cintura fina, e as belas argolas de ouro, e o batom vermelho, sua marca. Seu corpo em formação era lindo, de tanto subir e descer ladeiras em buscas de lagoas cheias de mercúrio, ela nem queria saber se estava contaminada ou não, se sentia a própria atriz de Lagoa azul, a tal Brooke Shields, a bunda cresceu e ficou linda, e se orgulhava do corpo escultural que ganhou na profissão.
Mas, NIKITA tinha outros amores.
Muitos platônicos e violentos, muitas vezes aparecia com marcas roxeadas nos braços, e dizia que tinha caído ao subir numa arvore.

E no dia que NIKITA SUBIU AO CÉU, me disse a VELHA PROSTITUTA.
“O céu chorou”.


FATO:
           Ela (NIKITA) acordou de manhã cedo, foi ver um garimpeiro, precisava trabalhar, o sonho do fusca, não morreu, e ELE (   ) muito irritado porque achava que estava sendo “traído” por uma PUTA JOVEM, que nem era Mulher, segundo o relato, começaram uma discussão, e ela foi agredida, para se defender, pegou um pedaço de pau, e ELE uma “peixeira”, ELA MAGRA, e ele gigante, a golpeou várias vezes e seu último pedido ao grupo que assistia, era para avisarem sua mãe.
NIKITA MORREU.
No Garimpo, sem Lei.
NIKITA foi velada debaixo de uma arvore, dentro de uma rede pobre, teve velas, algumas flores tiradas no mato, um pai nosso rezado às pressas, uma canção ao fundo que gostava cantada por outra prostituta amiga, e uma chuva tão forte caiu do céu, que muita gente disse, que foi castigo, que “O CÉU CHOROU”.

Depois da chuva NIKITA foi enterrada no meio da floresta.

Muitas foram embora com medo, outras prostitutas ficaram para aproveitar a safra do ouro, porque diziam as, mas línguas, que quando (se jorra sangue no garimpo), o Ouro vem com abundância, e era verdade, o garimpeiro apaixonado por NIKITA bamburrou.
E muita gente, chamava ele por trás, de VIUVO DA NIKITA.
Boatos surgiram que ele mandou matar o assassino,
No garimpo não existe LEI, a lei é feita pelos mais fortes.
E mexendo num velho radio na porta dos 80 anos, ela se espanta, ao escutar uma canção de Elton John, chamada NIKITA de 1985, no álbum (Ice on fire)

CHOROU!

NIKITA ERA MESMO FOGO. (Pensei)