CRONICAS
DA NECA MACHADO
04 ESTAÇÕES
16º LIVRO DE NECA MACHADO NA EUROPA-2018
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O
OUTRO DIA, DAS CAMELIAS E DAS TILIAS.
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(03.2017-Porto-PT)
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da
Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em
Portugal em 2016 e 2017, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
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O
OUTRO DIA, DAS CAMELIAS E DAS TILIAS....
A
CAMELIA considerada a Flor do Inverno, chegou como o vento, sutil, leve e frio,
desabrochando seu encanto em diversidades únicas e singelas. Em sua homenagem,
festivais, danças, festas, exposições de fotos, até no Palácio de Cristal.
Ao seu
lado a bela TILIA. Imponente e protetora.
(Para os
germânicos, as tílias eram árvores sagradas com poderes mágicos que protegiam
os guerreiros.)
E com a chegada do inverno o perfume impregnou
a bela Praça onde a estátua em homenagem com seu imenso obelisco a guerra
peninsular, não era mais a peça de importância.
Eram as
flores, Camélias e Tílias.
A Camélia soberana desde sua origem
homenageando Kamel, destacava-se única e singular por entre o voo rasante dos
pássaros, como a desbravarem um universo magico de encantamento com a beleza
das flores.
E o
belo tapete vestido de pétalas começava a crescer.
E o
perfume a inebriar.
E o
sorriso furtivo da Camélia tentava ofuscar a vivacidade da cor purpura da
Tília.
E o
vento voltou a dar o seu ar de Imperador.
O frio
começou a incomodar.
As
pessoas a deixarem os bancos da Praça.
Os
pássaros a levantarem voos, já não tão rasantes.
E as
gaivotas com seus gritos assustadores a bailarem como um balé de despedida.
“E a vida foi se esvaindo. ” Assim como o
ciclo de vida dos humanos.
E as
Flores perdendo suas cores.
E o
tapete tomado de perfume, seduzia os vermes.
Até então invisíveis e devastadores.
E naquele momento o Soberano era o flash
das fotografias.
Imortalizando
cores,
Traduzindo
emoções
Perpetuando
momentos
E até
deixando nas páginas de um LIVRO
vindo de tão longe o perfume.
Um LIVRO que transpôs pontes entre Continentes
para homenagear a beleza das Camélias e
Tílias, vindo com o sabor das Mares, das entranhas da maior floresta do mundo,
a Amazônica.
E as
Camélias e as Tílias, sucumbidas e inertes no belo tapete verde no coração da
maior Praça de um Porto. Com novas cores, não tão cheia de odores, cores de
cobre.
Sucumbidas
ao vento frio, e elas continuarão a ser a flor do Inverno.
Transformadas em húmus para VERMES.
E
perpetuadas na memória de quem as imortalizou,
De
quem as amou,
De
quem as colheu,
Mesmo no
pensamento.
De
quem as poetizou.
De
quem as musicou,
De
quem as transformou em peças teatrais,
De
quem as levou aos filmes e festivais...
E
haverá de novo, um NOVO inverno, e NOVAS safras de Camélias e Tílias, novos
festivais, novas exposições, e haverá de novo, novos tapetes de flores mortas e
novos húmus para novos vermes, e novos voos rasantes de novos pássaros, muitos
andantes, e outros errantes.