quarta-feira, 26 de maio de 2021

"PUTAS VELHAS, MEMÓRIAS DO INFERNO" - O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA

 

(NECA MACHADO ESTA APOSENTADA E MORA NA EUROPA)


“O TAXISTA E A PROSTITUTA”


Na Parada de taxi em frente ao Mercado Central, ela bate no vidro do primeiro carro da fila, ele abre e ela pergunta, onde fica o Banco? 

E ele sem titubear com sua voz mansa e pausada, ar gentil e delicado, cabelos grisalhos, lembrando um belo avô à espera do abraço dos netos, responde: logo ali,

Você pode ir de pés, mas, eu terei o maior prazer em levá-la.

E ela se rende a sua educação nobre.

Entra faceira no taxi, e se imagina como uma verdadeira Dama, sem ser da noite porque era dia.

E a conversa inicia;

Ela diz a ele, você existe?

E ele ligeiro, sim, sou de carne e osso.

E ela de novo: não acredito, um Homem tão doce, tão gentil, tão amável nos dias de hoje... tão, tão....

E a conversa continua até a porta do banco.

Ela quer pagar,

 e ele: não quer receber,

Diz entre sorrisos: vou lhe esperar.

E ela surpresa, diz, mas, vou demorar, preciso fazer uma operação aqui.

E ele repete: vou lhe esperar, pode ir.

E ela de novo, mas, você não precisa trabalhar? Se esperar vou ter que pagar muito caro, 

E ele insiste, vá, vou lhe esperar.

Ela sorri, nunca ninguém a tinha tratado assim, feito uma verdadeira Dama, sem ser da noite.

Teve centenas de clientes, muitos nem conseguia lembrar do rosto, eram apenas parte de sua rotina, noutros ainda conservava alguns traços de gentileza, noutros tinha apenas revolta das atitudes, mas, era para ela, apenas um negócio que não merecia ficar na memória.

No banco demorou, pegou sua senha e pensou, vou demorar, é melhor avisar a ele.
E ao lado do carro, lhe disse entre sussurros, vou demorar.

E ele: já disse, vou espera-la.

E ela, apreensiva, com medo, mas, cautelosa, lembrou do ar generoso, de seus cabelos grisalhos, de sua voz mansa, sorriu entre dentes, e pensou, ele é diferente.
No banco terminou o que tinha vindo fazer.
Entrou no carro e disse, vou lhe pagar um café,

E ele: onde vamos madame?

E ela só queria olhar o Rio Amazonas.

E ele mudou sua rotina, ela só queria caminhar na orla do rio, jogar algumas pedras no rio, fitar o São José da Pedra do Guindaste, talvez fazer uma promessa ou talvez um pedido de encontrar um verdadeiro amor.

E ele com sua voz mansa, a fitava e repetia, você é bonita!

E desceram do taxi para ver o rio.

Ele a tocou na mão e ela não fugiu.

E ele repetia, para onde vamos?

E foi aí, que ela entendeu: 

Ele só a queria para mais uma noite de prazer, porque já estava escurecendo.

E como ele tinha perdido a tarde a esperando, ela tinha que retribuir.

Disse com um sorriso amarelo: vá a um motel,


E ele disse: Não tenho dinheiro para pagar algumas horas, porque não rodei.

E Ela, tão esperta, tão vivida na noite, “caiu na conversa do Taxista” que só queria uma noite de prazer.

E percebeu que sua docilidade era apenas uma estratégia, os dois eram iguais.

Quantas vezes ela teve que fingir prazer?

E ele a tinha superado.

Mas, os dois na essência eram absolutamente iguais!

E na cama ele nem foi gentil!

Nem a satisfez,

Teve outros melhores.

Nem lhe disse poesias

E nem lhe deixou uma Rosa.

 

 

 

 


sábado, 22 de maio de 2021

O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA

 NECA MACHADO

 

 

 

“MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS”

(LEMBRANÇAS DO INFERNO)

*O SONHO EUROPEU DE CABOCAS DA AMAZÔNIA

RELATOS REAIS- PESQUISAS NA AMAZÔNIA

 

 

 

 

 

 

Amazônia-BRASIL

 

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SINOPSE

 

MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS

(By: Neca Machado)

 

          “Um dia ao escutar uma estória triste de uma Velha Prostituta”, refleti sobre suas dores e seus desamores, e decidi que UM DIA colocaria emoção nas suas paixões em forma de poesia, e durante quase trinta anos como jornalista Colaboradora, o tema não me saiu da memória, e quase na porta dos sessenta anos, resolvi deixar as futuras gerações, muitas delas de Prostitutas modernas, estórias antigas de sonhos que não se tornaram realidade, de projetos de enriquecimento através da venda de seus corpos que as destruíram, tanto fisicamente como mentalmente.”

Memórias de Putas Velhas, é uma coletânea de lagrimas, e de dores, feridas que nunca cicatrizaram, na alma e na derme. Uma reflexão para Mulheres que poderiam ter outras opções, mas escolheram um falso amor, porque muitas na prostituição também se apaixonam por seus clientes, e não são correspondidas.

Estórias de dependência química do falso amor, e das drogas licitas e ilícitas.

Relatos de aprisionamentos, violências físicas e mentais, torturas e assassinatos, fantasias assustadoras da natureza desumana, numa essência poética de fácil linguagem, minha característica literária.

Um leitor de minhas crônicas como jornalista, me disse um dia que minha escrita era pura emoção.

Concordei!

 

 

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(NECA MACHADO MORA NA EUROPA)


 

APRESENTAÇÃO

 

 

          Como uma verdadeira Mulher da Amazônia, nascida no extremo norte do Brasil, fronteira com a Guiana francesa, meio do mundo literalmente, na Linha do Equador, estado banhado pelo majestoso Rio Amazonas, “sinto me na obrigação de deixar as futuras gerações este relato exaustivo de pesquisas realizadas por mim, ao longo de mais de três décadas, como Jornalista”

Escutei desde criança, estórias de terror de Mulheres ribeirinhas, que iludidas por sonhos de prosperidade com a valorização do “franco” moeda europeia da década de setenta, se aventuravam pelas correntezas do Rio Oiapoque, em busca de um futuro melhor, muitas morreram, desapareceram sob as aguas e nunca foram encontradas, outras sobreviveram para relatar a poucos ouvintes suas dores.

São mais de 200 relatos reais que escutei atenta sem interferir, e agora reproduzo de maneira literal em forma de contos, uma odisseia de terror. Muitas conseguiram sobreviver as doenças, as humilhações e as diferenças culturais entre o Brasil, extremo norte, muitas vieram também do Nordeste e a Europa. Outras não gostam de lembrar do passado, tem filhos oriundos dessas relações, muitas conseguiram cartas de residentes, outras tantas falam o idioma francês com fluência, porque Caiena na Guiana francesa continua sendo um Condado da França.

São estórias reais com a “minha característica” de reproduzi-las com pura emoção literal.

 

 

 

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BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 34 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

Email: nmmac@live.com

 

 

 

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HOMENAGEM A TODAS AS “MARIAS “

 

Começo essa odisseia literária com um POEMA dedicado a “TODAS AS MARIAS”

MARIAS, anônimas, verdadeiras heroínas, muitas analfabetas, outras tantas sem perspectivas de um futuro educacional, que viram na prostituição um galgar para terem melhores “qualidade de vida”, numa vida “considerada por muitos imbecis, FÁCIL, mas que de fácil era um verdadeiro inferno na Terra, me disse “uma velha prostituta. ”

MARIAS, subjugadas a verdadeiras torturas, maltratadas por verdadeiros homens-animais, que viam no sexo, apenas um extravasar de espermas, fazendo delas, deposito de seus excrementos, muitas delas, morreram de doenças sexualmente transmissíveis sem sequer saberem o nome, diziam algumas que começava apenas com um “esquentamento”, e aí, tantas outras foram contaminadas por hepatite “C”, AIDS, tuberculoses, pegaram malárias 10 vezes, me disse uma...

E tantas outras até hoje tem vergonha do passado.

MARIAS, sem véu, sem mantos, somente com prantos...

MARIAS, que sorriam na hora do pagamento, mas que choravam por dentro na hora de irem para a cama com homens, sujos de corpo e de alma, muitos vindos dos garimpos, sem higiene, violentos e sem educação, homens afrodescendente verdadeiros animais, nascidos no outro lado do rio Oiapoque, me disse outra, eram “avantajados sexualmente” e “nos arrebentavam literalmente” me disse outra.

TENHO ORGULHO DE SER “MARIA”, MEU NOME É MARIA!

Este livro é DEDICADO A TODAS AS “MARIAS”: (Maria... Raimunda, Joana, Joaquina, Tereza, do Carmo, Conceição, Isaura, Izabel, Cecilia, Celia, Osvaldina, Lucia, Antonia, Benedita, das Dores...E a Todas as outras que se envergonharam na PROSTITUIÇÃO de serem MARIAS, e mudaram seus nomes originais.

 

 

 

 

 

“IN MEMORIAN”

DE

TODAS

AS MARIAS, MORTAS NA PROSTITUIÇÃO

(  +  )

 

 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

CRONICAS DA NECA MACHADO (IN EUROPA) 2021

 

UM CINEMA SÓ PRA MIM!

By: Neca Machado (Europa 2021)

 

(NECA MACHADO MORA NA EUROPA)

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta, Folclorista, Memorialista com tons nostálgicos sobre pioneirismo tucuju. Contadora de Estórias, que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 15 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 33 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra do 5º Festival de Poesia de Lisboa 2020, coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Co autora na obra em francês Almanaque do fundo Mar, lançamento, Brasil, Suíça e Portugal em 2020 e 2021. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

*NECA MACHADO ESTÁ APOSENTADA E MORA NA EUROPA

(30 ANOS DEDICADOS A EDUCAÇÃO DO AP-BRASIL)

Email: nmmac@live.com

 

 

 

                                     UM CINEMA SÓ PRA MIM!




NOMADLAND

Direção: Chloé Zhao

“Foi o grande vencedor do Oscar 2021”

 


          Em Portugal onde decidi morar depois de aposentada, após um ano de confinamento obrigatório por causa da pandemia da covid 19, o mês de abril de 2021 finaliza com sinais de abertura social e cultural de espaços singulares em um país onde a cultura tem vertentes para todos os gostos.

E depois de receber o prêmio de melhor filme de 2021 NOMADLAND me estimulou a voltar ao cinema com segurança após ver as medidas do governo de que espaços como os cinemas são seguros.

E lá fui EU ao cinema.

Pago o ingresso para a sessão das 14:40 e espero começar.

E NADA de ninguém chegar, me assusto, estou SÓ, literalmente só.

E acho que não vai ter filme, me dirijo a recepção e pergunto a moça que me vendeu o bilhete: vai ter filme?

E ela responde vai sim, e eu de novo preocupada questiono: mas estou sozinha.

E ela: vá que vai passar.

E realmente começa uma sessão onde sou a única telespectadora.

 

E me vejo a sorrir, parece cômico se não fosse trágico. Empresários com prejuízo, carga tributária alta na Europa, encargos trabalhistas, mas, enfim, UM CINEMA SÓ PRA MIM.

 


E assisto um filme extremamente profundo.

NOMADLAND

Um filme que retrata em forma de lirismo uma realidade crua de um país considerado exemplo de riqueza, os EUA, o tema extrapola a temporalidade, será sempre atual, trazendo o retrato das desigualdades existentes e a coragem de seres humanos que descem ao ínfimo da pobreza, onde seus lares, agora fazem parte do passado, e seus presentes são para muitos deles, suas caravanas de passeio, sem terras, sem espaço, sem teto, e seus tetos são parte do universo onde muitos se debruçam sobre memorias afetivas que infelizmente precisam deixar para trás.

NOMADLAND

 

Está em cada um migrante, imigrante ou corajoso.

Está em cada um de nós que decide deixar suas raízes para descobrir novos horizontes.

“Hoje me sinto parte de uma nômade que ama o lugar que me faz feliz, e a ele chamo de lar, que deixei de ter saudade para ter boas lembranças, que deixei de saborear as frutas de minha infância, para descobrir novos sabores pelo mundo.”

 

 

 

NOMADLAND

É um banho de poesia embebida de lirismo na alma, que merece ter mais espectadores, e não um cinema vazio, com uma espectadora radiante por TER UM CINEMA SÓ PRA MIM.

 

 

 

 

sábado, 8 de maio de 2021

O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA

 


(ESCRITORA NECA MACHADO, MORA NA EUROPA)

MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS

CONFISSÕES DE PUTAS VELHAS- LEMBRANÇAS AMARGAS

“A COLCHA DE CHENILE”

 

 

Significado de Chenile

Substantivo feminino:Fio fofo de lã, algodão, seda ou raiom, com fibras salientes ao redor.Tecido feito com esse fio, usado para colchas, cortinas e tapetes. Etimologia (origem da palavra chenile). Do francês chenille.

 

Quando ELA (  ) envelheceu, foi que percebeu que tinha milhares de LEMBRANÇAS, e muitas delas, somente AMARGAS.

 

E entre um sorriso ligeiramente amarelo com falhas nos dentes, foi que percebeu que tinha sido enganada por um velho “Marreteiro” da qual ELA era cliente décadas.

 

Numa Kombi velha com um microfone fanhoso, ele aparecia nas baixadas da velha Macapá, vendendo de TUDO, e ELA (  ) lembra como se fosse hoje, sua primeira compra foi um jogo de panelas, que lhe trouxe muita indignação, quando colocou no fogo, uma das alças caiu, e prometeu que assim que ele aparecesse, iria reclamar que o produto não prestava, e ELA, nem sabia ainda da febre que viria no futuro dos tais descartáveis da China. (rs...)

 

Depois se tornou uma cliente fiel.

 

 Ela também tinha seus CLIENTES de fora (Caiena) que lhe pagavam em franco.

Consumista como dizia uma falsa amiga, ELA comprava de tudo no Marreteiro, tudo era novidade para uma CABOCA pobre que nunca tinha estudado, mas que agora já podia até pensar “numa motinha”, num fusca, ou até numa velha Kombi para fazer frete para os quitandeiros do Igarapé das Mulheres, sonhava, e sonhava alto.

 

Tinha visto numa revista jogada no lixo uma bela COLCHA DE CHENILE, gostou do nome, CHENILE, nem sabia o que era, mas gostou do nome, conversando com a falsa amiga de “ponto” disse que quando arranjasse um marido ia colocar no filho o nome de CHENILE (rs...)

E eu, sorri (gosto muito de escutar estórias)

E aí, lembrei de uma frase de minha Mãe (Dona Izabel) que dizia: que todos os nomes têm algum significado, e tinha.

 

E ELA (  ) continuou.

Vou comprar uma COLCHA DE CHENILE, era seu pensamento diário.

Já se imaginava deitada numa COLCHA DE CHENILE, cheia de bordados com fios de ouro, pensava até no travesseiro também.

Disse alto, talvez falando sozinha: meus clientes vão amar minha colcha de chenile.

E não via a hora do tal Marreteiro aparecer.

Esperou ansiosa por ele,

Um belo dia lá vem ele de novo com o tal microfone fanhoso, ELA correu feito doida, trouxe logo o cartão do Marreteiro, e antes que ele anunciasse as tais novidades trazidas da França (rs...). Ela logo se antecipou.

QUERO UMA COLCHA DE CHENILE.

O Homem arregalou os olhos, levantou a tampa do bagajeiro e puxou um pacotão de lençóis coloridos.

E ELA nem pestanejou.

Só queria saber o preço e em quantas prestações ia pagar.

Teria que aturar muito CLIENTE DE CAIENA para pagar a tal preciosidade, mas valeria a pena, segundo ELA.

 

E nem lavou. (CRUZ CREDO)

Colocou logo para experimentar na velha cama.

E aí, sua imaginação foi a LUA.

Nem conseguiu dormir direito.

No primeiro cliente a COLCHA de CHENILE, foi um sucesso.

Na semana seguinte, ela começou a perceber que tinha umas bolhas nas pernas, depois começaram a crescer,

E ELA coitada, tinha que procurar o DENERU (rs...) achava que tava com alguma doença braba.

Nos dias seguintes a tal colcha foi um martírio.

Deu uma coceira tão forte que ela repetia as falsas amigas: acho que tenho CURUBA BRABA.

E tudo foi por causa de uma tal COLCHA DE CHENILE FALSA.

Que de Chenile não tinha nada, repetia revoltada.

 

E agora depois de mais de 50 anos, as lembranças amargas, são somente parte de seu passado, e ela agora sonha ser enterrada com lençóis de seda.

 

 

 


quinta-feira, 6 de maio de 2021

O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA

 

NECA MACHADO

 

 

 

“MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS”

(LEMBRANÇAS DO INFERNO)

*O SONHO EUROPEU DE CABOCAS DA AMAZÔNIA

RELATOS REAIS- PESQUISAS NA AMAZÔNIA

 

 

 

 

 

 

Amazônia-BRASIL

 

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SINOPSE

 

MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS

(By: Neca Machado)

 

          “Um dia ao escutar uma estória triste de uma Velha Prostituta”, refleti sobre suas dores e seus desamores, e decidi que UM DIA colocaria emoção nas suas paixões em forma de poesia, e durante quase trinta anos como jornalista Colaboradora, o tema não me saiu da memória, e quase na porta dos sessenta anos, resolvi deixar as futuras gerações, muitas delas de Prostitutas modernas, estórias antigas de sonhos que não se tornaram realidade, de projetos de enriquecimento através da venda de seus corpos que as destruíram, tanto fisicamente como mentalmente.”

Memórias de Putas Velhas, é uma coletânea de lagrimas, e de dores, feridas que nunca cicatrizaram, na alma e na derme. Uma reflexão para Mulheres que poderiam ter outras opções, mas escolheram um falso amor, porque muitas na prostituição também se apaixonam por seus clientes, e não são correspondidas.

Estórias de dependência química do falso amor, e das drogas licitas e ilícitas.

Relatos de aprisionamentos, violências físicas e mentais, torturas e assassinatos, fantasias assustadoras da natureza desumana, numa essência poética de fácil linguagem, minha característica literária.

Um leitor de minhas crônicas como jornalista, me disse um dia que minha escrita era pura emoção.

Concordei!

 

 

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(NECA MACHADO MORA NA EUROPA)


 

APRESENTAÇÃO

 

 

          Como uma verdadeira Mulher da Amazônia, nascida no extremo norte do Brasil, fronteira com a Guiana francesa, meio do mundo literalmente, na Linha do Equador, estado banhado pelo majestoso Rio Amazonas, “sinto me na obrigação de deixar as futuras gerações este relato exaustivo de pesquisas realizadas por mim, ao longo de mais de três décadas, como Jornalista”

Escutei desde criança, estórias de terror de Mulheres ribeirinhas, que iludidas por sonhos de prosperidade com a valorização do “franco” moeda europeia da década de setenta, se aventuravam pelas correntezas do Rio Oiapoque, em busca de um futuro melhor, muitas morreram, desapareceram sob as aguas e nunca foram encontradas, outras sobreviveram para relatar a poucos ouvintes suas dores.

São mais de 200 relatos reais que escutei atenta sem interferir, e agora reproduzo de maneira literal em forma de contos, uma odisseia de terror. Muitas conseguiram sobreviver as doenças, as humilhações e as diferenças culturais entre o Brasil, extremo norte, muitas vieram também do Nordeste e a Europa. Outras não gostam de lembrar do passado, tem filhos oriundos dessas relações, muitas conseguiram cartas de residentes, outras tantas falam o idioma francês com fluência, porque Caiena na Guiana francesa continua sendo um Condado da França.

São estórias reais com a “minha característica” de reproduzi-las com pura emoção literal.

 

 

 

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BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 34 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

Email: nmmac@live.com

 

 

 

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HOMENAGEM A TODAS AS “MARIAS “

 

Começo essa odisseia literária com um POEMA dedicado a “TODAS AS MARIAS”

MARIAS, anônimas, verdadeiras heroínas, muitas analfabetas, outras tantas sem perspectivas de um futuro educacional, que viram na prostituição um galgar para terem melhores “qualidade de vida”, numa vida “considerada por muitos imbecis, FÁCIL, mas que de fácil era um verdadeiro inferno na Terra, me disse “uma velha prostituta. ”

MARIAS, subjugadas a verdadeiras torturas, maltratadas por verdadeiros homens-animais, que viam no sexo, apenas um extravasar de espermas, fazendo delas, deposito de seus excrementos, muitas delas, morreram de doenças sexualmente transmissíveis sem sequer saberem o nome, diziam algumas que começava apenas com um “esquentamento”, e aí, tantas outras foram contaminadas por hepatite “C”, AIDS, tuberculoses, pegaram malárias 10 vezes, me disse uma...

E tantas outras até hoje tem vergonha do passado.

MARIAS, sem véu, sem mantos, somente com prantos...

MARIAS, que sorriam na hora do pagamento, mas que choravam por dentro na hora de irem para a cama com homens, sujos de corpo e de alma, muitos vindos dos garimpos, sem higiene, violentos e sem educação, homens afrodescendente verdadeiros animais, nascidos no outro lado do rio Oiapoque, me disse outra, eram “avantajados sexualmente” e “nos arrebentavam literalmente” me disse outra.

TENHO ORGULHO DE SER “MARIA”, MEU NOME É MARIA!

Este livro é DEDICADO A TODAS AS “MARIAS”: (Maria... Raimunda, Joana, Joaquina, Tereza, do Carmo, Conceição, Isaura, Izabel, Cecilia, Celia, Osvaldina, Lucia, Antonia, Benedita, das Dores...E a Todas as outras que se envergonharam na PROSTITUIÇÃO de serem MARIAS, e mudaram seus nomes originais.

 

 

 

 

 

“IN MEMORIAN”

DE

TODAS

AS MARIAS, MORTAS NA PROSTITUIÇÃO

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