sábado, 30 de setembro de 2017

"A VIDA É EFEMERA- (CARPE DIEM- APROVEITE- ) INSETOS FARÃO A FESTA COM TEUS RESTOS

AUTO RETRATO
EU GOSTO DE MIM! ....



(Aprendi a gostar de MIM....)


BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)





(Não tenho tempo para me PREOCUPAR COM A VIDA DO OUTRO)

Aprendi a GOSTAR DE MIM...


(Gosto de mim, quando como o que quero)



(Aprendi que GOSTAR DE MIM, é não fingir aos outros que gosto deles.)

Gosto de mim, quando me dou presentes, não espero ganhar dos outros.

Gosto de mim, quando estou ausente...
Das hipocrisias cotidianas.
Gosto imensamente de mim, quando não tenho regras
A serem cumpridas por imposições,
Gosto de mim, quando contemplo o Mar

(Gosto de mim, ao contemplar lugares belos, NÃO CONTEMPLO ESGOTO)

Sem limites, sem horizontes,
E vago em minhas velas imaginarias sem destino.
Gosto de mim ao passar em uma florista


(De que adianta a tua ARROGANCIA, se até as BELAS, MORREM)

E escolher a flor do dia, pode ser uma Tulipa, uma Rosa...
Para debruçar-me sobre sua beleza e lhe dedicar um poema feito ao acaso.
Gosto de mim, sem modismos,
Gosto de mim, sem o inconformismo convencional,
Sou verdadeiramente intensa e irrequieta com padrões medíocres.

(EU ME DOU PRESENTES, NÃO ESPERO DOS OUTROS)



Gosto de mim procurando rotas de um rio


Gosto de mim ao contemplar no mar, ondas bravias a bater em pedras pujantes.
E que depois das ondas no seu bailar, continuam intactas e soberbas.


(AMO CONTEMPLAR O MAR)

Gosto de mim, ao escolher minha música preferida
Sem dividir com medíocres seus gostos insanos.


Gosto de mim, ao sorver um Tawny sem pressa


(TOMO UM VINHO DE VEZ EM QUANDO, SOU NORMAL)

Numa taça translucida de desejos.

Gosto de mim, ao passear em belos jardins europeus. E amo contemplar a florada das Camélias, e Tílias.

Este sim, é um verdadeiro gostar.
Gosto de mim, quando me delicio com morangos frescos,
E nem gosto de diamantes.
Gosto de mim quando vou a um verdadeiro mercado de sabores do mar, e posso escolher meu pedaço de Salmão fresco, que será somente presenteado com sal do Algarves e gotas de limão siciliano, e depois adormecido em manteiga com sal.

SOU ASSIM!


(AMO SALMÃO E BACALHAU FRESCO)

GOSTO DE MIM!
GOSTO DE MIM, SEM PRESSA, SEM PINTURAS, SEM RETOQUES, SEM FRESCURAS....


Gosto de mim, ao ir a um lançamento em Lisboa de uma obra onde sou coautora com tantos mestres e doutores, sim, fizeram doutorado e na Europa.
Gosto de mim.... Quando me debruço sobre a história ao visitar Museus e suas exposições originais, caminhando sobre as telas e dividindo com o autor a sensação de descobrir novos universos dentro das artes.
Gosto de mim, quando volto a infância e revejo na lembrança meus belos cachos de menina afro.
E gosto de mim quando na velhice posso usa-los de novo sem medo.

Gosto de mim, quando desprezo olhares insignificantes e críticos, que nada me comovem ou me tocam, ou me acrescentam.


(ME DOU PRESENTES)


E gosto de meus olhos da cor de mel, com pouco de fel, quando servem para observar hipócritas e medíocres.
Gosto de mim, com poucos segredos.
Gosto de mim, ao pôr do sol,


(NÃO PERCO TEMPO COM MEDIOCRES E LAMA)

Ao amanhecer
Ao anoitecer....

Gosto de mim ao fazer um poema sem a pretensão de satisfazer algum leitor.

Gosto de mim em RETRATOS EM PRETO E BRANCO.

GOSTO DE MIM, QUANDO QUERO VIAJAR, amo viajar para bem longe...

Só lamento não ter dinheiro para ir a lugares que desejo,
Mas, já gosto de mim o suficiente quando cheguei a muito Países pelo mundo.
Gosto de mim ao sentar em um aeroporto e escutar tantas línguas diferentes.
E meu olhar sorri internamente, e digo, gosto de mim, porque estou aqui.
Gosto do barulho de um motor de avião, porque ele poderá me levar a tantos lugares que amo.

Gosto de mim ao caminhar na orla do Douro e não ver ninguém que enxergava antes.

Gosto do gosto do anônimo na minha reta.
Gosto de mim, sem medo.
Gosto de mim com meus segredos, que não compartilhei,
E não vou compartilhar,
Aprendi que o tempo, me deu discernimento, não demência.
Gosto de mim, sem pedir piedade,
Gosto de mim, quando não recebo esmolas,
Gosto de mim, quando me ergo altiva, mesmo com meio século de vivencia.
Gosto de mim, quando tiro da dor, experiência.
Gosto de mim, quando, não quero mais chorar,
Gosto de mim, quando não mais preciso implorar...
Gosto de mim, na minha presença,
Gosto de mim, na minha ausência,
Gosto de mim, sem clemencia,

Gosto de mim, quando não sou SOMBRA.

E gosto de mim, quando deixei de idolatrar medíocres e lixos.

E no auto- retrato de tantos artistas famosos que já contemplei PELO MUNDO.

Faço meu AUTO RETRATO, sem telas ou tintas...
GOSTANDO VERDADEIRAMENTE DE MIM.









sexta-feira, 29 de setembro de 2017

POLITICO É "TUDO" IGUAL NO MUNDO -AUTÁRQUICAS 2017 EM PORTUGAL

PORTUGAL- AUTARQUICAS 2017




Por: Neca Machado (Amazônia)

NM
(Neca Machado)
BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 15 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)





ELEIÇÕES 2017

Acontece no próximo dia 01 de outubro em Portugal, as eleições para as AUTARQUICAS 2017.
“As eleições autárquicas portuguesas de 2017 serão realizadas a 1 de outubro. Estarão em disputa a eleição de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais, bem como as 3091 assembleias de freguesia, das quais sairão os executivos das juntas de freguesia.

FATOS
 Vindo do extremo norte do Brasil, me surpreendi com a educação dos COMICIOS que ainda existem por aqui.


 Candidato sai nas ruas DISTRIBUINDO ROSAS e sorrisos. E depois da ARRUADA, sim, quem vai à RUA, faz “arruada” por aqui, nem fica papel no chão de santinho de candidato, e nem tem BRIGA de pau de bandeira, e nem tem FACADA nas baixadas. (kkkkk)

É eleição no PRIMEIRO MUNDO, LITERALMENTE NA EUROPA.

 CANDIDATOS, como dizia um morador português em uma entrevista à televisão: “é TUDO farinha do mesmo saco...” (Fazem promessa, beijam criancinhas, vão a enterro, andam de bicicleta, pegam na mão de doentes, beijam gente com herpes na boca... CREDO)
... E sorri, porque a expressão é tão antiga e ainda tão usada pelo mundo. E eles se desdobram para CONVENCER os últimos indecisos, e, tem até concurso na internet para saber quem é o mais BONITO, e olha que tem GENTE REALMENTE BONITA concorrendo.




CANDIDATOS DÃO ROSAS, EM RUAS DE PORTUGAL



ATÉ "EU" QUE NÃO VOTO AQUI, RECEBI UM ABRAÇO (kkkkk...) 


DIFERENÇAS ENTRE PAISES

Andando de taxi, mas, “também ando de Metrô aqui”, porque QUASE TUDO FUNCIONA.
Escutei de um taxista que “tava mal”
E se pudesse DAR UMA SURRA NELE, eu daria, mas o repreendi à minha maneira: “
1.    E lhe disse VÁ MORAR NO NORTE DO BRASIL, e tentei elencar para ele alguns do nossos PROBLEMAS DIARIOS.

2.    AQUI você tem verdadeiros tapetes de ASFALTO, por lá tem só buracos nas vias.

3.    AQUI, VOCE TEM ACESSIBILIDADE (por lá, cadeirantes andam nas ruas, porque a calçada não permite acesso público)


4.    AQUI você tem remédio nos hospitais, TUDO BARATO, lá tem remédio para câncer que custa 5.000 reais a injeção e aqui o estado dá de graça, TRAMAL lá custa 400 reais, aqui não chega a 5 euros, HOSPITAIS PUBLICOS com tecnologia de ponta, lá você tem que dormir na porta de hospitais para receber atendimento e quando recebe, não tem remédio, e nem cirurgias, fica anos a espera de uma ortopédica e até o membro fica torto, porque esqueceram de você.
5.    E INFELIZMENTE POLITICO BANDIDO AINDA VEM PARA A EUROPA SE TRATAR AQUI, PORQUE É MELHOR, FAZ TURISMO AQUI, QUANDO PODERIA CUIDAR DE SUA CIDADE.
6.    E a justiça tem milhares de processos pedindo remédio para doentes. E o estado não cumpre ordem judicial.

7.    AQUI (EUROPA) O TEU IMPOSTO VOLTA EM BENEFICIOS (por lá tudo que você paga, não lhe beneficia em nada)
8.    AQUI, você tem tratamento de esgoto (Por lá, você tem fezes, na sua porta, e tem que sentir o cheiro de merda na cara todo dia)
9.    Lá como taxista, você seria assaltado no mínimo 2 vezes por semana.
10. AQUI, você anda meia noite na rua e volta vivo para sua casa.
11. AQUI, você tem fiscalização na alimentação, tem produtos de qualidade e são acessíveis a TODOS, mas logico que você tem PEIXE vendido na rua, sem higiene, e tem supermercado de primeiro mundo.

12. AQUI também não é um paraíso, tem favela, que é conhecida como bairro de lata, que de lata não tem nada, quem mora lá tem carro e come bem, tem hospital, veste bem, se tem dinheiro, compra no “EL CORTES INGLES”, um centro de TUDO de primeira linha, roupas e produtos ORIGINAIS DE MARCAS MUNDIAIS FAMOSAS. O MUNDO ANDA POR LÁ, tem gente famosa todo dia por lá.


13.  Se não tem, mas, o europeu por natureza é ARROGANTE,

14.  Mesmo sem trabalho, USA ROUPAS E PRODUTOS DA CASA CHINA. MAS O NARIZ TÁ IMPINADO, JÁ VI LINDA SEM TER DINHEIRO PARA PAGAR O METRO. AQUI OS Produtos de péssima qualidade, que são descartáveis, tudo a preço da CHINA, que não demoram e vão para o LIXO, todo mundo sabe que ANDAR COM PORCOS, SE SUJA, então:


15. Quem vem para a EUROPA DE UM LUGAR DE ESGOTO, logico que não quer ir para o ESGOTO, TEM MUITA GENTE QUE GOSTA DE LAMA. EU NÃO.

MORO PERTO DA LAMA , NÃO POR OPÇÃO, MAS, POR IMPOSIÇÃO DE UMA CONDIÇÃO TEMPORARIA.

quer ir para lugares LINDOS,



·        E EU SOU ASSIM: NÃO GOSTO DE COMER BANANAS,

·        GOSTO DE NECTARINAS, GOSTO DE MORANGOS, FIGOS, AMORAS...




·        GOSTO DE VER LUGARES LINDOS...

·        GOSTO DE CONCERTOS.. NÃO DE “LIXO” NO MEU OUVIDO


·        GOSTO DE SALMÃO, NÃO SUPORTO SARDINHA.


É A EUROPA, PRIMEIRO MUNDO,


“QUE SEDUZ E TAMBEM NÃO É UM PARAISO,”


 MAS, POLITICO LEVA A DEUS, COM SUAS MENTIRAS. E. É TUDO IGUAL PELO MUNDO. TEM UNS DANDO CAMISAS, CANETAS, FLORES, TEM UM DANDO "SALSICHA"- PODE?

POLITICO, FARINHA DO MESMO SACO














quinta-feira, 28 de setembro de 2017

NECA MACHADO, NÃO ESCUTA LIXO-Etta James - Misty Blue

"INCOMPETENTES" - COPIAM- TENTAM SE IGUALAR, MAS, SERÃO APENAS- COPIADORES

NECA MACHADO ESCREVE HÁ 30 ANOS, ESTORIAS "ENCANTADAS" DA BEIRA DO RIO AMAZONAS

“CONTOS DA NECA MACHADO QUE ENCANTAM...”

PUBLICADOS EM PORTUGAL
CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)








CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

Imponente sobre a Pedra do Guindaste que desabrocha no leito do Rio Amazonas em frente a cidade de Macapá no estado do Amapá, a bela imagem de São José, esculpida pelo português Antônio Pereira da Costa, é a mais presente testemunha de que há um mundo invisível ao seu redor.

A Pioneira já próximo de seu centenário querendo como que abrir sua caixa de memorias, resolveu encantar seus ouvintes privilegiados com suas estórias sabiamente eternizadas por décadas em um livro escrito com pensamentos. Começou dizendo que o Santo angustiado com a cidade, não queria olha-la de frente, ficou décadas de costa para Macapá, depois de muitas estórias, segundo ela, ele foi virado e está de lado para contemplar a saudade do belo Igarapé das Mulheres, nem de frente, nem de costa, de lado, repetia ela com seu sorriso enigmático.
E continuou!
Só ele, apontava para São José, só ele; conhece os verdadeiros segredos da Pedra do Guindaste.


Ele sabe que a criança jogada ao Rio pela Mãe em um momento de depressão pós-parto, e que nunca foi encontrada pelas autoridades, vaga em noite de lua, brinca de peteca ao lado da pedra, empina papagaio ao amanhecer, mas, gosta também de encantar os Botos com sua canção infantil, talvez, segundo ela um dia vire Boto de verdade. Mas, muitos pescadores já o espantaram da proa de suas canoas, ele sempre gosta de aparecer sem ser convidado, quando um pescador faz um fogo para muquiar um peixe, parece que ele vem também querer um pedaço.

 E continuou:
A Mulher da Lua, você lembra da Mulher da Lua? 

(Esta fotografia de Neca Machado, está na obra nacional brasileira- Cidades em tons de cinza - 2017- representando os Mitos e a Tecnologia) e, é a capa da obra Mitos e Lendas da Amazônia, edição limitada, publicada em Portugal-2017


E o ouvinte sacudiu a cabeça que não. A Mulher da Lua só aparece em noite de Lua cheia, surge como por encanto saída das nuvens e desagua na Pedra do Guindaste, diz ela que já encantou muito pescador, vem vestida de prata como escamas de Pirarucu, tem um batom na boca tão forte que parece a cor do urucum, encanta, repetia ela, já deixou até homens loucos que foram parar no hospital de psiquiatria, lembra? E questionou, fite a Lua em noite de Lua cheia que o rosto dela está lá, se você tiver sorte, ela vai sorrir para você, mas se tiver de azar ela vai te assustar, cuidado, é um aviso, repetiu.
E o ouvinte sacudia a cabeça que não.
E continuou:

Lembra do Homem sem pernas?

E a cabeça do ouvinte de novo balançava fazendo um sinal de não.
Me lembro, falou ela entre um suspiro profundo, que parece que, quando foi achado numa manhã de segunda feira, por carregadores de açaí, os peixes já tinham comido suas pernas, só veio o toco, disse ela, ainda tinha um pedaço de osso de fora. Cruz credo, se benzeu.
Minha comadre lembra que quando foi colocado próximo do trapiche, parece que um grito saiu de sua garganta, mas ele também vive na Pedra do Guindaste, afirmou. Só São José sabe de suas traquinagens, e ele não gosta de velas não, dizem que um dia fizeram um despacho na pedra, e de manhã ele parece que não gostou apareceu para os que ficaram, corria atrás dos que não conseguiram disparar na carreira, e deixou muito caboco de cabelo em pé, ao vê-lo correr sobre a lama de madrugada sem pernas, dando cambalhotas no ar, Cuidado, sentenciou, cuidado.

Tu lembras do Índio?

E ele (ouvinte) de novo com a cabeça em sinal de não.
Dizem que ele veio do meio da floresta, e sem conhecer ninguém por aqui, resolveu fazer amizade com uns cachaceiros e depois de muita bebedeira correu para o Rio Amazonas, se afogou e morreu, mas, volta, ele volta sim: disse com convicção, dizem que gosta de dançar ao redor da Pedra do Guindaste, gosta muito de chuva, e quando tem um vendaval ele aparece no meio da tempestade.

E da Mulher da Vida? Sim, ela dava vida aos pobres que a procuravam, fazia os felizes em suas fantasias, lembro que depois de uma noite de prazer, próximo do canal onde tinha uns puteiros, lembra? E o ouvinte já cansado de tanto balançar a cabeça e talvez até com medo, repetia que não. Voltando: depois da noite de farra o cliente não quis pagar, e ela tinha uma Gilette, lembra? Com muita coragem, cortou a cara dele, mas, ele, muito brabo, deu tanto nela que ela foi encontrada morta sem roupa na beira do rio, seus olhos pareciam um buraco sem fim, seus cabelos negros, lindos lembra ela, faziam parte da maré, num vai e vem, quando seu corpo ficou à espera da polícia, dizem que ela anda por aí, gosta de rodear a Pedra do Guindaste.

E dos Bois? Lembra?

E de novo sua cabeça dizia que não.
Olha vou te recordar, lá para as bandas do Elesbão tinha o matadouro, lembra?
Mataram tanto boi, que parece que alguns deles tinham vida.
Tem dias que eles voltam e ficam pastando na lama ao lado da Pedra do Guindaste, cuidado, cuidado.
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju




PARTE 02
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)






CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

·        E a velha Pioneira se espreguiçando toda, puxava na memória seu arquivo de estórias mitológicas, da encantadora Pedra do Guindaste do leito do Rio Amazonas na frente da cidade de Macapá-Amapá.
E voltou a desafiar: tu lembras do hospede do Hotel? E o ouvinte de novo a balançar a cabeça com o sinal de não.
E iniciou assim:
Era uma noite de festa, daquelas que só Macapá sabia dar, mordeu o beiço, hum!
Bons tempos, e continuou: a festa tão animada, acho que tinha um nome de estrangeiro, muita fruta sobre uma mesa central, e o ouvinte disse: não era o baile do Hawai?
Sim, sim, era esse mesmo nome.
O tal homem bebeu demais, passou da conta, começou a irritar outros convidados, e colocaram ele para fora.
Parece que desnorteado disse que ia urinar ali,
Foi e nunca mais voltou vivo
Voltou no outro dia, dentro do camburão da polícia técnica, sem olhos, sem as pontas dos dedos, sem roupas e desconhecido, dizem que os “tralhotos” comeram seus olhos.
 Eu não gosto desses peixes, até entram por aí e não saem mais do corpo da gente... Égua!
E soube de mais tarde, muito tarde, que ele aparece nas escadarias do hotel querendo buscar sua mala, dizem que mora na Pedra do Guindaste.

·        E cutucou no ouvinte, e da mulher queimada? Hum!

O incêndio que devastou parte das Docas de Macapá, além de muito prejuízo aos empresários da época, também fez vítimas fatais.
Em um dos quartos uma bela mulher vinda das ilhas do Pará, com seus cabelos dourados, o povo diz que era gringa era linda, o povo falava, não conseguiu sair das labaredas, seu corpo em chama foi consumido pelo fogo, e ela ainda teve forças de correr seminua para as bandas da Fortaleza.
Minha comadre diz que foi no enterro, deu muita gente, mas ela estava toda inchada,
Credo,
 Como a gente fica depois de morta repetiu.
Escutei muito tempo depois que ela voltou.
Mora agora ao redor da Pedra do Guindaste.
Dizem que já apareceu para muito pescador, dizem que corre sobre as ondas com um véu de fogo, e some feito um raio ao anoitecer.
Cruz credo!


Parte- 03
“CONTOS QUE ENCANTAM...”


CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju


O MERGULHÃO FANTASMA.

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
Email: nmmac@live.com

A Velha Pioneira balançava a cabeça como a buscar na memória, seu arquivo especial.


E com seu sorriso enigmático lembrou do Pássaro fantasma. 

belo Mergulhão abençoado por São José, dizia ela entre os dentes.

A maré teimava em bater nas pedras que circundavam a Pedra central, a do Guindaste, disse ela: que as versões contadas por seus antepassados, tinham contradições, disse que em uma delas, a Pedra foi cortada ao meio por um navio estrangeiro, em outra afirmou convicta que a Cobra Sofia, saiu de Santana, um município próximo de Macapá, e se apaixonou pelo santo e não foi correspondida que se enlaçou na pedra e a derrubou, noutra disse que um grande Pirarucu junto com um cardume de peixes bateram tanto na pedra que ela foi derrubada...
Enfim tem milhares de versões que cabe a cada um aceitar, resmungou.
E a Pedra do Guindaste continua imponente tendo ao topo o belo São José esculpido pelo português Antônio Pereira Costa.
Mas vamos lá repetiu, não tô demente.
Era uma bela noite de Lua cheia, o trapiche feito uma rua, e a imagem da Lua refletida sobre as aguas do Rio Amazonas, trouxe o maior, o mais belo e o mais inteligente dos Pássaros que conheci, disse ela.
UM MERGULHÃO DO ALEM!
Pescadores que atravessavam a maré se espantaram com o voo rasante do tal MERGULHÃO, ele nem se parecia com um Mergulhão disse ela, de tão rápido, voava sobre as canoas que vinham para o Igarapé das Mulheres, as vezes descansava no braço do santo padroeiro da cidade de Macapá, em outras, ele mergulhava de bico no rio, e aparecia no espelho da Lua.
Égua disse ela.
E foi assim a madrugada toda.
Ele nem era preto, era de prata, as vezes reluzia tanto que dizem que era de ouro.
Sabe?
Tem muita gente que lembra dele.
Dizem que carregava nas costas o menino afogado,
Em outras estórias, dizem, repetiu, que ele puxava uma corda trazendo um defunto largado por aí, noutra ele vinha com a sereia, ela nas aguas e ele no céu...
Mas que ele apareceu, apareceu, repetiu.
Cruz credo.
De manhã, ainda tem um monte que é da sua família por ai.

(Pelas manhas na orla de Macapá-Amapá, centenas de Mergulhões buscam alimento no leito do Rio Amazonas, talvez apareça outro Mergulhão fantasma por aí.)