MULHER
DO AMAPÁ
POEMA AS VERDADEIRAS MULHERES DO AMAPÁ
Lá
vem ela com seus pés descalços
E
a mão cheia de calo
De
tanto labutar,
Vem
do Poço do Mato, Laguinho, Pacoval, Liberdade, Curiau...
De
todo lugar.
É
ela: a menina, mulher, da beira-mar
É
ela VENINA, Maria das Dores,Luiza, Quiteria, Isaura, Leopoldina, Geralda, Niná...
Joana,
Cunhã, Bebé, Nenê, Mundica, Joaquina, Zulma, Terezinha...
Para
um amor, se entregar.
MULHER
DO AMAPÁ,
Corajosa,
guerreira, parteira, curandeira, puxadeira, rezadeira,
Que
sobe as ladeiras
Sem
fraquejar.
Que
luta, cansa, descansa,
Enxuga
o suor, sem reclamar.
E
todo o dia, acorda e continua a caminhar.
De
um lado pro outro, pra lá e pra cá.
SEU
NOME É:
MULHER
DO AMAPÁ.
Izabel
da quitanda do bairro moreno
Geralda
da esquina do Poço sereno
Venina
da dança, e do requebrado.
Que
se entregam ao prazer de uma cultura propagar.
Cunha
de mãos benditas, curando mazelas.
Sem
deixar seqüelas, em quem se machucou.
Nina,
a Deusa da argila,
Que
para o mundo o AMAPÁ revelou,
Criou
sua ARTE no barro e na cor,
Seu
talento especial nos deixou.
Embevecendo
quem suas obras contemplam,
E
nos faz viajar por suas benditas rendas.
MULHER
DO AMAPÁ
De
doces lembranças
Na
face e na esperança
Do
aprender e do ensinar.
De
prever e de profetizar.
É
ela GUITA, da educação.
Da
reza, da Santa, e da solidão.
Aracy
Mont’Alverne, poetisa, bondosa, do lirismo e da trova.
E
na culinária o sabor de uma especialista
com
jeito de fada, Tia Bebé da Catedral.
Dos
sonhos, dos doces, do tucupi, e da cor do açaí.
Lembrando
Caty.
MULHER
DO AMAPÁ
Onde
está a saudade do olhar de Ester Virgulino
E
a dança e a cor de uma negra mais bela, chamada Biló?
Que
trás na herança, o nome famoso de Mestre Julião.
com
o coração partido por não mais dançar sobre o chão.
Rodando
bailados, em saias rendadas,
com
cheiro de açucena e manjericão.
Hoje
na lembrança e no fundo do coração.
Onde
está o olhar e a voz rouca
Da
Negra Maciça
Chamando
Avhulu?
Fazendo
um carinho
No
neto de cor de ébano.
E
deixando o olhar se perder
Sobre
a luz.
Que
a seduz...
MULHER
DO AMAPÁ.
É
coragem, é força, fortaleza, como a secular catedral.
Centenária,
na sua ousadia de saber ser MULHER.
E
SEMPRE leal,
AO
NOME, A FAMILIA, AO AMOR...
Ao
jeito de SER TUCUJU.
Na
ousadia de saber ser MULHER,
Ser
Tereza, Maria, Raimunda, Diquinha...
Negra,
mulata, mestiça, franzina, cordata, audaz.
Andaluz,
cheia de encanto e Magia.
De
sonhos, e esperanças,
Fazendo
do clarão do dia,
Sua
eterna LUZ.
De
pré-nome, nome e sobrenome.
MULHER.
QUE SE ORGULHA DE SER.
A MULHER DO AMAPÁ.