quinta-feira, 8 de agosto de 2019

08.08. - DIA ESTADUAL DA POESIA



MULHER DO AMAPÁ
POEMA AS VERDADEIRAS MULHERES DO AMAPÁ



Lá vem ela com seus pés descalços

E a mão cheia de calo

De tanto labutar,

Vem do Poço do Mato, Laguinho, Pacoval, Liberdade, Curiau...

De todo lugar.

É ela: a menina, mulher, da beira-mar

É ela VENINA, Maria das Dores,Luiza, Quiteria, Isaura, Leopoldina, Geralda, Niná...

Joana, Cunhã, Bebé, Nenê, Mundica, Joaquina, Zulma, Terezinha...

Para um amor, se entregar.

MULHER DO AMAPÁ,

Corajosa, guerreira, parteira, curandeira, puxadeira, rezadeira,

Que sobe as ladeiras

Sem fraquejar.

Que luta, cansa, descansa,

Enxuga o suor, sem reclamar.

E todo o dia, acorda e continua a caminhar.

De um lado pro outro, pra lá e pra cá.

SEU NOME É:

MULHER DO AMAPÁ.

Izabel da quitanda do bairro moreno

Geralda da esquina do Poço sereno

Venina da dança, e do requebrado.

Que se entregam ao prazer de uma cultura propagar.

Cunha de mãos benditas, curando mazelas.

Sem deixar seqüelas, em quem se machucou.

Nina, a Deusa da argila,

Que para o mundo o AMAPÁ revelou,

Criou sua ARTE no barro e na cor,

Seu talento especial nos deixou.

Embevecendo quem suas obras contemplam,

E nos faz viajar por suas benditas rendas.

MULHER DO AMAPÁ

De doces lembranças

Na face e na esperança

Do aprender e do ensinar.

De prever e de profetizar.

É ela GUITA, da educação.

Da reza, da Santa, e da solidão.

Aracy Mont’Alverne, poetisa, bondosa, do lirismo e da trova.

E na culinária o sabor de uma especialista

com jeito de fada, Tia Bebé da Catedral.

Dos sonhos, dos doces, do tucupi, e da cor do açaí.

Lembrando Caty.

MULHER DO AMAPÁ

Onde está a saudade do olhar de Ester Virgulino

E a dança e a cor de uma negra mais bela, chamada Biló?

Que trás na herança, o nome famoso de Mestre Julião.

com o coração partido por não mais dançar sobre o chão.

Rodando bailados, em saias rendadas,

com cheiro de açucena e manjericão.

Hoje na lembrança e no fundo do coração.

Onde está o olhar e a voz rouca

Da Negra Maciça

Chamando Avhulu?

Fazendo um carinho

No neto de cor de ébano.

E deixando o olhar se perder

Sobre a luz.

Que a seduz...

MULHER DO AMAPÁ.

É coragem, é força, fortaleza, como a secular catedral.

Centenária, na sua ousadia de saber ser MULHER.

E SEMPRE leal,

AO NOME, A FAMILIA, AO AMOR...

Ao jeito de SER TUCUJU.

Na ousadia de saber ser MULHER,

Ser Tereza, Maria, Raimunda, Diquinha...

Negra, mulata, mestiça, franzina, cordata, audaz.

Andaluz, cheia de encanto e Magia.

De sonhos, e esperanças,

Fazendo do clarão do dia,

Sua eterna LUZ.

De pré-nome, nome e sobrenome.

MULHER.

QUE SE ORGULHA DE SER.

A MULHER DO AMAPÁ.