domingo, 7 de setembro de 2014

O 07 de setembro e as “MERENDEIRAS”

CRONICAS DA NECA MACHADO

O 07 de setembro e as “MERENDEIRAS”
Por> Neca Machado
Especialista em Educação, Jornalista Colaboradora e Bacharel em Direito

Hoje dia 07 de setembro de 2014 aos 53 anos de idade, acordei e não tinha fogos em comemoração ao 07 de setembro, na década de 70 e 80 na minha casa no bairro do Laguinho em Macapá-Amapá, o dia 07 de setembro começava no dia 06.

DONA IZABEL MACHADO era “MERENDEIRA” de profissão, e com ORGULHO, e por esta profissão tão digna educou seus 04 filhos.
MERENDEIRA PORQUE VENDIA MERENDA.

Sim, suas delicias feitas com esmero, sua comida tinha sabor e amor.
Fazia croquetes de pão com carne recheados com muito cheiro verde e pimenta, Sucos naturais de taperebá, caju, cupuaçu, maracujá, abacaxi, muruci, elaborava verdadeiras maravilhas de banana, fazia aquarelas de Banana frita com canela, seus bolos caseiros eram realmente saborosos, eram feitos somente com Manteiga comum, dizia que as margarinas eram RANCENTAS.

MINHA MÃE ERA UMA MERENDEIRA COM ORGULHO.

Na semana vendia suas merendas no CCA, nos fins de semana ia para a porta do Boêmios do Laguinho, e nos dias festivos como o Sete de setembro para a esquina da Avenida FAB com a Rua General Rondon, já tinha um espaço só seu naquela esquina.

Com seu chapéu na cabeça, seu sorriso farto e sua MIUDEZA, minha MÃE era tão pequena, mas, uma MULHER TÃO FORTE, TÃO NOBRE, que tenho orgulho imenso dela.

Herdei seus olhos e seu dom de amar SABORES.

E o Sete de setembro nunca mais saiu da minha memória.
Começava no dia 06 com a fabricação de Bolos, tinha que está tudo arrumado para o dia sete de setembro.

Seu carrinho ia cheio de delicias para serem vendidas no dia SETE DE SETEMBRO NA AVENIDA FAB.

Era como se estivesse em uma agenda cultural, de lá só se ela estivesse morta que não ia.

Hoje, sete de setembro de 2014.

Não teve fogos
Não passaram os aviões da FAB
Nem tem mais as PIONEIRAS E VERDADEIRAS “MERENDEIRAS”

Decidi não mais chorar por SAUDADE, decidi lembrar com boas lembranças, e quando sinto a verdadeira SAUDADE brotar no peito, 

EU AS REESCREVO COM MUITA EMOÇÃO.