terça-feira, 5 de março de 2019

CONTOS DA NECA MACHADO NO MUNDO- 20 LIVROS COLETIVOS DE CONTOS E POESIAS NA EUROPA


PUTAS VELHAS -MEMÓRIAS
CRONICAS DA NECA MACHADO

(REVOLTA DE UMA PUTA POBRE!)
A PUTA VELHA E A ORQUESTRA DE SAPOS
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BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018,co autora na Obra “A Vida em Poesia III-2018- Lisboa-Pt”, coautora na obra internacional, “Tributo ao Sertão-2018” lançamento em Zurique-Suíça,co autora na obra internacional “Além da Terra, além do Céu-1000 poetas contemporâneos do Brasil, lançamento em São Paulo-10.2018 editora portuguesa Chiado, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




          Década de sessenta, época de chuva, ELA (    ) revoltada levantou o mosquiteiro surrado, e começou a praguejar: Desgraçados, calem a boca, vou jogar mijo em vocês...
Cruz credo!

Foi aí que se deu conta que sua arrogância, foi um péssimo negócio.

Nunca quis estudar, o tempo realmente foi seu inimigo.
Perdeu tudo que conseguiu vendendo seu belo corpo, no Brasil e em Caiena.
Agora VELHA, os filhos se foram, tinham vergonha dela, mas na época das vacas gordas ELA prestava. Ganhou muito franco e ajudou muitos imbecis, como gosta de repetir, “quem tem pena do miserável, fica no lugar dele”, se EU tivesse que mudar, nunca mais ajudava ninguém, são ingratos, resmungou.

Coçou a cabeça pensativa, talvez tivesse piolhos, coisa que ELA se enojava, nunca pensou que teria piolhos,
Que nojo!
Começou a revolver a memória como castigo.

Tinha 17 anos quando entrou “na vida”, dizia que já tinha 18, para enganar comissários de polícia em festas, foi para o Oiapoque no período das chuvas, não conseguia enxergar o pé de tanta lama, a estrada, hum! Nem existia, era um caminho só de lama, pura lama, lembrou, parece que puxavam a gente para dentro da terra, sorriu.

Chegando lá foi outro sacrifício, encontrar uma catraia a preço de banana que a levasse até o outro lado de São Jorge sem que fosse presa.
Outra romaria. EU hein!
Mas chegou, enfim, no tão esperado “paraíso” da prostituição.
Brigou muito para ter espaço, também bateu, não era de levar desaforo, sorriu entre um dente postiço e o resto original.
Lembrou, que a China começava a ter reconhecimento em seus produtos, e sorriu, tudo porcaria.

Conheci um gringo, que trabalhava num avião e me convidou para ir a Paris.

Nem pestanejei, convidei outra vadia, e fomos juntas a cidade luz.

Cresci sem regras, sem medo, e com muita coragem.

Em Paris, quase desmaiei ao ver uma ORQUESTRA, sim, uma orquestra tocando na praça, mas, meu Deus, num paga nada? Perguntei.

E ao voltar para Caiena onde passei um bom tempo, queria sempre voltar a Paris, sim, fui a Paris, muitas mentirosas dizem que foram a Paris, mas num saíram de Kouro...
E agora no fim da vida, tenho que escutar essas Merdas de SAPOS na minha ponte, sim, acabei numa merda de ponte num fim dos infernos, onde pude comprar uma merda de casa barata dentro do lago, e ainda dizem que vão tirar a gente daqui. Olha onde me meti!

ESCUTANDO UMA ORQUESTRA DE SAPOS!
Que não me deixam dormir.