PUTAS
VELHAS -MEMÓRIAS
CRONICAS
DA NECA MACHADO
(REVOLTA
DE UMA PUTA POBRE!)
A PUTA
VELHA E A ORQUESTRA DE SAPOS
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da
Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas em
Portugal em 2016, 2017, 2018,co autora na Obra “A Vida em Poesia III-2018-
Lisboa-Pt”, coautora na obra internacional, “Tributo ao Sertão-2018” lançamento
em Zurique-Suíça,co autora na obra internacional “Além da Terra, além do Céu-1000
poetas contemporâneos do Brasil, lançamento em São Paulo-10.2018 editora
portuguesa Chiado, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
Década de sessenta, época de chuva, ELA ( ) revoltada levantou o mosquiteiro surrado,
e começou a praguejar: Desgraçados, calem
a boca, vou jogar mijo em vocês...
Cruz
credo!
Foi aí
que se deu conta que sua arrogância, foi um péssimo negócio.
Nunca
quis estudar, o tempo realmente foi seu inimigo.
Perdeu
tudo que conseguiu vendendo seu belo corpo, no Brasil e em Caiena.
Agora
VELHA, os filhos se foram, tinham vergonha dela, mas na época das vacas gordas ELA prestava. Ganhou muito franco e
ajudou muitos imbecis, como gosta de repetir, “quem tem pena do miserável, fica
no lugar dele”, se EU tivesse que
mudar, nunca mais ajudava ninguém, são
ingratos, resmungou.
Coçou
a cabeça pensativa, talvez tivesse piolhos, coisa que ELA se enojava, nunca pensou que teria piolhos,
Que
nojo!
Começou
a revolver a memória como castigo.
Tinha
17 anos quando entrou “na vida”, dizia que já tinha 18, para enganar comissários
de polícia em festas, foi para o Oiapoque no período das chuvas, não conseguia
enxergar o pé de tanta lama, a estrada, hum! Nem existia, era um caminho só de
lama, pura lama, lembrou, parece que
puxavam a gente para dentro da terra, sorriu.
Chegando
lá foi outro sacrifício, encontrar uma catraia a preço de banana que a levasse
até o outro lado de São Jorge sem que fosse presa.
Outra
romaria. EU hein!
Mas chegou,
enfim, no tão esperado “paraíso” da prostituição.
Brigou
muito para ter espaço, também bateu, não era de levar desaforo, sorriu entre um
dente postiço e o resto original.
Lembrou,
que a China começava a ter reconhecimento em seus produtos, e sorriu, tudo porcaria.
Conheci um gringo, que trabalhava num avião
e me convidou para ir a Paris.
Nem pestanejei,
convidei outra vadia, e fomos juntas a cidade luz.
Cresci
sem regras, sem medo, e com muita coragem.
Em Paris, quase desmaiei ao ver uma
ORQUESTRA, sim, uma orquestra tocando na praça, mas, meu Deus, num paga nada? Perguntei.
E ao voltar para Caiena onde passei um bom
tempo, queria sempre voltar a Paris,
sim, fui a Paris, muitas mentirosas dizem que foram a Paris, mas num saíram de
Kouro...
E agora no fim da vida, tenho que escutar
essas Merdas de SAPOS na minha ponte, sim, acabei numa merda de ponte num fim
dos infernos, onde pude comprar uma merda de casa barata dentro do lago, e
ainda dizem que vão tirar a gente daqui. Olha onde me meti!
ESCUTANDO
UMA ORQUESTRA DE SAPOS!
Que não me deixam dormir.