domingo, 21 de fevereiro de 2021

EU CONTO! (BY: NECA MACHADO)

 

MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS, LEMBRANÇAS DO INFERNO ( O LIVRO VAI SER LANÇADO NA EUROPA DEPOIS DA PANDEMIA)

 

NECA MACHADO

 

 

 

“MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS”

(LEMBRANÇAS DO INFERNO)

*O SONHO EUROPEU DE CABOCAS DA AMAZÔNIA

RELATOS REAIS- PESQUISAS NA AMAZÔNIA

 

 

 

 

 

 

Amazônia-BRASIL

 

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SINOPSE

 

MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS


(Neca Machado está aposentada e mora na EUROPA)


(By: Neca Machado)

 

          “Um dia ao escutar uma estória triste de uma Velha Prostituta”, refleti sobre suas dores e seus desamores, e decidi que UM DIA colocaria emoção nas suas paixões em forma de poesia, e durante quase trinta anos como jornalista Colaboradora, o tema não me saiu da memória, e quase na porta dos sessenta anos, resolvi deixar as futuras gerações, muitas delas de Prostitutas modernas, estórias antigas de sonhos que não se tornaram realidade, de projetos de enriquecimento através da venda de seus corpos que as destruíram, tanto fisicamente como mentalmente.”

Memórias de Putas Velhas, é uma coletânea de lagrimas, e de dores, feridas que nunca cicatrizaram, na alma e na derme. Uma reflexão para Mulheres que poderiam ter outras opções, mas escolheram um falso amor, porque muitas na prostituição também se apaixonam por seus clientes, e não são correspondidas.

Estórias de dependência química do falso amor, e das drogas licitas e ilícitas.

Relatos de aprisionamentos, violências físicas e mentais, torturas e assassinatos, fantasias assustadoras da natureza desumana, numa essência poética de fácil linguagem, minha característica literária.

Um leitor de minhas crônicas como jornalista, me disse um dia que minha escrita era pura emoção.

Concordei!

 

 

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APRESENTAÇÃO

 

 

          Como uma verdadeira Mulher da Amazônia, nascida no extremo norte do Brasil, fronteira com a Guiana francesa, meio do mundo literalmente, na Linha do Equador, estado banhado pelo majestoso Rio Amazonas, “sinto me na obrigação de deixar as futuras gerações este relato exaustivo de pesquisas realizadas por mim, ao longo de mais de três décadas, como Jornalista”

Escutei desde criança, estórias de terror de Mulheres ribeirinhas, que iludidas por sonhos de prosperidade com a valorização do “franco” moeda europeia da década de setenta, se aventuravam pelas correntezas do Rio Oiapoque, em busca de um futuro melhor, muitas morreram, desapareceram sob as aguas e nunca foram encontradas, outras sobreviveram para relatar a poucos ouvintes suas dores.

São mais de 200 relatos reais que escutei atenta sem interferir, e agora reproduzo de maneira literal em forma de contos, uma odisseia de terror. Muitas conseguiram sobreviver as doenças, as humilhações e as diferenças culturais entre o Brasil, extremo norte, muitas vieram também do Nordeste e a Europa. Outras não gostam de lembrar do passado, tem filhos oriundos dessas relações, muitas conseguiram cartas de residentes, outras tantas falam o idioma francês com fluência, porque Caiena na Guiana francesa continua sendo um Condado da França.

São estórias reais com a “minha característica” de reproduzi-las com pura emoção literal.

 


 

  

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 32 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

Email: nmmac@live.com

 

 






“A PRAGA” DA PUTA VELHA

 

             Num pátio desgastado pelo tempo, pinturas corroídas pela chuva, o cheiro de caroços de açaí recém batidos jogados na rua, no coração de Macapá, em uma área de ressaca próximo da “Caesinha” ELA (     ) na porta do centenário, ainda tinha boa memória.

Quando a encontrei me disse que tinha uma estória para me contar, soube do meu projeto de escrever um livro sobre velhas prostitutas e suas memorias do inferno. EU conhecia muitas de suas amigas, fui criada no bairro do Laguinho, perto de muitos prostibulo da Velha Macapá, minha Mãe uma quitandeira e Merendeira de porta de colégios e dançarás, também sabia de muitas estórias de arrepiar cabelo de Velhas Prostitutas, sofridas, e desencantadas pela dura lida das madrugadas e de “aturar” bêbados e infelizes casados que as procuravam.

Quando fui visitá-la, me convidou para um café, estava arrumada como se fosse para uma festa, sorriu entre cacos de dentes, e um velho batom vermelho, o perfume era forte, flores de plástico na mesinha de centro ao lado da velha cadeira de macarrão, na mão um terço como a lembrar de sua religiosidade. E começou:

Eu disse que um dia ELE ia embora, se EU soubesse fazer macumba ela já estaria morta, nunca me deu valor, nunca acreditou que eu sobreviveria, ainda tenho um cordão de ouro guardado, vou dar para minha neta, está bem escondido, foi presente de um gringo de Caiena. E continuou: estudei com ela   (   )  numa escola pública, “era metida, pavulagem” parece que tinha o rei na barriga, os outros não prestavam, só Ela era a melhor, nunca foi inteligente, suas notas eram medianas, um dia pegou um barco, o pai era um cachaceiro dos caralhos, bebia feito agua, caia nos botecos da vida, metido a escritor, escrevia merdas em papel de boteco e de pão, a mãe professora, tinha irmãos, foi estudar em Belém, arrotava quando voltou para Macapá, que escolheu voltar, que tinha recebido propostas melhores para ir para o sul, mas resolveu voltar pra essa merda, por que me pergunto, se não foi para a Europa, já que era tão boa? Deu uma bela gargalhada, eu também sorri junto.

Em Macapá arranjou trabalho, tenho minhas desconfianças se passou em algum concurso público, e aí, se tornou também jornalista, “escrevia umas merdas” por ai, nunca publicou um livro que prestasse, casou com um policial arrogante, teve filhos e vivia arrotando pelas esquinas que era amiga das autoridades, que viajava o mundo todo, que tinha ido até Londres, EU heim! Quem viajou mesmo foi a Professora Caty, lembro dela até na Itália com a Ester Virgulino, elas sim tinham meu respeito, cansei de comer figo na casa da Caty, tinha um pé no fundo do quintal de sua casa na Rua São José.

E continuou:

O tal marido, arrogante, boca podre, chama tanto nome feio, palavrão mesmo, fico aqui, me perguntando como pode um homem desse ter trabalhado como militar? Deve ter humilhado tanta gente, deixa pra lá, depois que se aposentou como militar, foi se embora pra São Paulo com outra, deu lhe um chute na bunda, e ELA (     ) ficou aqui a ver navios, ainda lembra dele, talvez magoada.

E EU bem que gostei.

Bem feito, joguei uma “PRAGA”, e pegou. Disse que ele ia deixá-la. Deixou.

(“Caboclo nortista tem força do pensamento, gosta de crendice popular, acredita na magia dos deuses da floresta, dos feitiços, dos mitos e das lendas.”)

E continuou:

PRAGA pegou, ele partiu sem saudade dessa coisa, mulher arrogante, um pingo de gente, uma merda, que sempre achou que foi rainha, mas tem muita PUTA que é melhor do que Ela.

Gosta de se gabar, vive colecionando merda, de suas viagens, acho que até recebeu propina, a polícia devia investigar sua vida.

E na tarde nublada da chuva de março, me despedi com um belo sorriso de boas lembranças de Velhas Prostitutas com memorias amargas do INFERNO. ]

Que já estão eternizadas por minhas escritas, o livro vai ser publicado na Europa.