NM
(Neca Machado)
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa,
Oceania, América do Sul) 2016, classificada
em 2016 na obra brasileira
“Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na obra
Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora
da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas
em Portugal em 2016, 2017, e 2018.
Autora independente da Obra Mitos
e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02
edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em
Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora em A Vida em Poesia 3- ano
de 2018, coautora na obra Bilíngue inglês e português lançada em Zurique-2018 –
Tributo ao Sertão, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
Email:
nmmac@live.com
LIVRO
DIGITAL DA NECA MACHADO
MEMÓRIAS
DE PUTAS VELHAS
LEMBRANÇAS
AMARGAS
UMA
PUTA CHAMADA “PECONHA”
Quem a
conheceu, sabia de seu bom humor, que mesmo envelhecendo, ela jamais perdeu uma
de suas características nortistas, “sua risada mais do que gostosa”, diziam.
E rindo
me trouxe esta preciosidade, e fomos as duas a rir de suas lembranças, que Eu
adoro escutar.
Quando
a PUTA chegou no cabaré, veio feito
dama, diziam pelas costas, trazia na bagagem a experiência de ter muitos
clientes, não era seletiva para sua arrogância, nem tinha estudo complementou.
Mas, só ela queria ser, se sentia a rainha do pedaço, tinha uma soberba que
parecia que era a Princesa Izabel terminando de assinar a Lei Aurea, riu.
Não gostava
das marmitas, reclamava de tudo, do cheiro de cigarro dos clientes, as vezes do
som alto, das roupas das concorrentes....
Enfim,
só ela prestava, mas perguntava a tal, por que estava ali? Por que não se casou
com um grã-fino? Por que não foi para uma currutela tentar fisgar um bamburrado?
Sei lá,
respondia as suas próprias perguntas.
E lá estávamos
nós duas a rir de novo.
Num belo
dia, com sua boca podre, arranjou outra igual a ela.
E lá
foram as duas bater boca, por coisas mínimas, disse séria.
E a
briga não terminou.
De noite
no salão à espera dos clientes, se encontraram de novo, foi quando a mais
atrevida deu um grito feito doida.
TU. É PECONHA.
Tinhas
umas que nem eram daqui, nem sabiam o que era PECONHA.
E repetia
feito doida.
TU. É PECONHA, só
serve para trepar...
Tem filho
de um monte de pai, tu nem sabe quem é o pai, vive trepando sem controle, sua
vagabunda...
Dá para
todo mundo.
E ainda
quer botar banca de dondoca. Égua.
Foi um
pega pra capar...
As duas
foram expulsas do cabaré.
E EU (
dizia ela) não posso ver um paneiro de açaí que logo lembro da tal PECONHA.
· PECONHA
( é uma espécie de acessório muito utilizada por cabocos da Amazonia que
retiram o açaí, utilizando uma corda tecida de folhas de palmeira ou de outros
materiais.)