sexta-feira, 5 de outubro de 2018

LIVRO DIGITAL DA NECA MACHADO

UMA PUTA CHAMADA "PECONHA" - CONTOS DA NECA MACHADO
LIVRO DIGITAL - UMA PUTA CHAMADA "PECONHA"

NM

(Neca Machado)

BIOGRAFIA



Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, e 2018.  Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora em A Vida em Poesia 3- ano de 2018, coautora na obra Bilíngue inglês e português lançada em Zurique-2018 – Tributo ao Sertão, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




LIVRO DIGITAL DA NECA MACHADO



MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS

LEMBRANÇAS AMARGAS





UMA PUTA CHAMADA “PECONHA”



Quem a conheceu, sabia de seu bom humor, que mesmo envelhecendo, ela jamais perdeu uma de suas características nortistas, “sua risada mais do que gostosa”, diziam.

E rindo me trouxe esta preciosidade, e fomos as duas a rir de suas lembranças, que Eu adoro escutar.



Quando a PUTA chegou no cabaré, veio feito dama, diziam pelas costas, trazia na bagagem a experiência de ter muitos clientes, não era seletiva para sua arrogância, nem tinha estudo complementou. Mas, só ela queria ser, se sentia a rainha do pedaço, tinha uma soberba que parecia que era a Princesa Izabel terminando de assinar a Lei Aurea, riu.

Não gostava das marmitas, reclamava de tudo, do cheiro de cigarro dos clientes, as vezes do som alto, das roupas das concorrentes....

Enfim, só ela prestava, mas perguntava a tal, por que estava ali? Por que não se casou com um grã-fino? Por que não foi para uma currutela tentar fisgar um bamburrado?

Sei lá, respondia as suas próprias perguntas.

E lá estávamos nós duas a rir de novo.

Num belo dia, com sua boca podre, arranjou outra igual a ela.

E lá foram as duas bater boca, por coisas mínimas, disse séria.

E a briga não terminou.

De noite no salão à espera dos clientes, se encontraram de novo, foi quando a mais atrevida deu um grito feito doida.

TU. É PECONHA.

Tinhas umas que nem eram daqui, nem sabiam o que era PECONHA.

E repetia feito doida.

TU. É PECONHA, só serve para trepar...

Tem filho de um monte de pai, tu nem sabe quem é o pai, vive trepando sem controle, sua vagabunda...

Dá para todo mundo.

E ainda quer botar banca de dondoca. Égua.



Foi um pega pra capar...

As duas foram expulsas do cabaré.

E EU ( dizia ela) não posso ver um paneiro de açaí que logo lembro da tal PECONHA.



·       PECONHA ( é uma espécie de acessório muito utilizada por cabocos da Amazonia que retiram o açaí, utilizando uma corda tecida de folhas de palmeira ou de outros materiais.)