sábado, 20 de julho de 2019

LIVRO DIGITAL - "MEMÓRIAS DE PUTAS VELHAS" LEMBRANÇAS AMARGAS


CRÔNICAS DA NECA MACHADO
LIVRO DIGITAL

By - (Neca Machado)

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 24 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017,2018 e 2019. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra, “A vida em Poesia 3” lançada em Lisboa em 14.09.2018, coautora na obra “ Tributo ao Sertão, lançamento em Zurique- Suiça-2018, coautora na obra “Além, da Terra, além, do Céu” lançamento em São Paulo em 06.10.2018- Editora Chiado-Pt, Co autora na obra internacional “As Cartas que não escrevi” lançamento em Genebra em 01.05.2019-Editora Helvetia. Co autora na obra lusófona “POEM’ART” lançamento em Portugal-Porto, 18.05.2019, co autora na obra lusa LIBERDADE, lançamento em São Paulo em 23.06.2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




“A CACETEIRA VIROU PIRIGUETE”



*AS “CACETEIRAS” DA DECADA DE 70, VIRARAM: PROSTITUTAS, GAROTAS DE PROGRAMA E PIRIGUETES...”

        Sentada na velha mesa surrada pelo tempo, na lateral do Salão, escutando Waldick Soriano:

Vestida de Branco

Waldick Soriano

Peço a Deus que seja logo
O nosso juramento
Peço a Deus que seja logo
O nosso casamento

Quero ver-te na capela
Toda vestida de branco
Carregar-te nos meus braços
É o que eu desejo tanto...


Ela até sonhava alto, pensava entre seus delírios, casar, vestida de branco, noutros devaneios, pensava em ir para Caiena de vez, talvez lá a vida fosse melhor? Algumas vezes caminhava entre os velhos bordeis da outrora Macapá, conhecia de “có” os melhores, Hally Galy, Juçarão, Suerda, Sede do Campo do América, etc...
E amava outra canção do Rei dos bordeis: “Nem que eu morra de saudade, vou sumir deste lugar........
Eu também existo, eu também SOU GENTE, eu também mereço encontrar um alguém para amar.....”

E viajava!
          E a velha CACETEIRA, envelheceu, adoeceu, pegou tanta doença venérea que nem sabia mais se estava viva, tinha tanto “esquentamento”, disse a uma ex colega da vida...
Tinha tanta saudade do Hospital Geral onde fazia exames de rotina, e ia no Deneru (   )

 E agora? Ia morrer à mingua porque nem plano de saúde tinha, nem conseguia mais andar para marcar uma consulta, escutou que havia briga nos postos de saúde e que as pessoas dormiam por lá para conseguir marcação, e nem tem uma pensão, ainda pensava em ir no INPS, mas alguém lhe disse que nem existia mais INPS, agora era INSS, o que? Resmungou ela sem entender.
E como lembrança ainda guardava alguns discos de vinil.
Mas nem tem mais como reproduzir, disse lhe alguém,
E ela resmungou: vou procurar por aí uma velha vitrola, talvez alguém tenha guardado, eu gostava tanto daquela música, lembra?
E as lembranças vieram à tona:

Lembra do Delegado?
Ele sim, era homem de verdade, as vezes eu só queria ser presa, ainda sorriu, entre uns caquinhos de dentes. Ele às vezes até me prendia, repetiu entre um sorriso amarelo, e me deixava sempre uma Rosa vermelha de presente, ele sim, tenho saudades. Já morreu!
E existiam tantas casas de prazer na velha Macapá, muitas COLORIDAS, tinha até uma Amarela, lembra?

AS CACETEIRAS VIRAM PIRIGUETES

Século vinte, vinte e um...

Nem existe mais CACETEIRAS por aí, SERÁ (   )

Viraram PIRIGUETES, GAROTAS DE PROGRAMAS, e os programas nem são de lazer, são de prazer e negócios. Muitas são de Luxo, querem apartamentos, roupas de marcas, viagens internacionais, sapatos de sola vermelha..., tornam-se amantes de autoridades, e eles ficam em suas mãos, porque se as DAMAS sabem (   ) Hum, vai pegar fogo em casa, e ainda levam pra casa doenças terríveis as suas esposas, como hepatites, e em alguns casos AIDS....
E as velhas CACETEIRAS, só queriam uns panos (cortes de fazendas) de cetim, perfumes trazidos de Caiena, batons vermelhos...
E tinha até preço, uma era conhecida como cinco mil, não sei se valorização demais para a época.

AGORA, elas vão até por 50 reais…Repetiu a velha CACETEIRA.
E ainda completou: escutei um dia desses um “apelido” que me arrepiou: chamaram uma vadia de 50 centavos, pode?
Sei lá, disse a colega.

E a VELHA CACETEIRA, não gostou do nome PIRIGUETE!