quarta-feira, 29 de abril de 2020

REFLEXÃO

“CORONAVIRUS TORNOU SERES HUMANOS COISAS”

BY: (Neca Machado) APOSENTADA E MORA NA EUROPA
BIOGRAFIA


Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta, Folclorista, Contadora de Estórias, que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 28 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)



A Palavra COISA tem diversas interpretações, (aquilo que não é PESSOA, e dentre o direito, o que pode ser transportado...

(E NO TEMPO DO CORONAVIRUS PELO MUNDO, O SER HUMANO TORNOU-SE COISA, infelizmente!)

          Estarrecida assisto pela Tevê na Europa a notícia da morte de um dos maiores escritores mundiais, o chileno Luís SEPULVEDA, (+16.04.2020) morava na Espanha e esteve recentemente na cidade de Povoa de Varzim em Portugal, para um grande evento onde autografou livros, foi recepcionado e ovacionado, AQUI no Porto onde moro, fiquei triste porque não estava lá, era um encontro de Escritores do mundo, e fica perto, e eu poderia ir de trem, mas, não fui, tinha outros compromissos, e de novo pela TV o vejo abraçando pessoas, sendo recepcionado pela multidão, era o astro do evento.
Ao voltar a sua casa na Espanha foi internado e foi constatado que estava com o CORONAVIRUS, seu estado não melhorou e ele foi a óbito em 16.04.2020, e

REFLETI:

Em um mês, era famoso, ovacionado (fevereiro 2020) ..., no outro mês (abril, +16.04.2020), era um CADAVER sem flores, sem despedida, sem discursos de reconhecimento pelo seu trabalho tão intenso no MUNDO, e por ser morto por um VIRUS QUE não permite aproximação até na hora do velório.

Me senti órfã de sua literatura tão profunda onde escrevia que a FELICIDADE, na obra (UMA IDEIA DE FELICIDADE, em parceria com Carlos Petrini o fundador da slow food, um movimento de apreciação de ser comer bem...) reiterava a importância das PEQUENAS COISAS NA VIDA HUMANA, para se descobrir a FELICIDADE.

Onde ficará a reflexão no coração dos que o amaram intensamente, por um momento de reconhecimento público? Não teve, terá (   ) quando este momento de TERROR PASSAR, mas não será o mesmo para os milhões de admiradores de suas obras.
E aí, percebi observando os noticiários pela Europa de velórios coletivos, tanto nos Estados Unidos, Espanha e na Itália, QUE SERES HUMANOS, TORNARAM-SE COISAS.
MUITOS CIDADÃOS COM RECONHECIMENTO PUBLICO, com patrimônios, com muitos bens, outros famosos, outros tantos anônimos, eram EMPILHADOS em carregadeiras, com mais de 5 ou 6 corpos lacrados, FEITOS COISAS, sem choro nem velas, sem o abraço de dor de familiares, sem o compartilhamento das emoções fúnebres. E lembrei de mais um momento tão triste e SINGULAR, tão longínquo e tão SIMILAR, um cidadão no extremo norte do Brasil, na cidade do Amapá, onde nasci, envolvente na cultura, com muitos amigos, também MORREU PELO CORONAVIRUS, e sua família, talvez pela pressão a agencia funerária, que o levava a sua última morada, e talvez, sensível aquele momento de extrema DOR, passou na casa de sua MÃE para que ela chorasse a dor de um filho partir sem seu último abraço, porque no coração de uma MÃE, ela deve partir antes dos filhos, mas foi o contrário.

E de NOVO, REFLETI na porta dos meus 60 anos.

Quanta gente ARROGANTE, insensível, agressiva, MISERAVEL, que só soube ao longo de sua existência, porque só EXISTEM, nem vivem a verdadeira EXISTENCIA, tomam espaço, e seu ÚNICO APEGO, É O DINHEIRO, já morreram e sequer tiveram a sensação de serem realmente FELIZES, e foram ENTERRADOS PELO MUNDO FEITOS COISAS.
E DE NOVO LEMBRANDO DITADOS POPULARES DITOS POR MINHA AVÓ.
De que serviu essa arrogância, e ela dizia, ESSA PAVULAGEM?

Não serviu para nada, muitos contaminados pelo CORONAVIRUS, nem tiveram velórios.
Seus BENS nem foram no caixão, e muitos egoístas nem olharam ao próximo que mais precisava deles.
E MUITOS AINDA ESTÃO POR AI, CONTAMINADOS COM CANCER, HEPATITES C, AIDS, HERPES, SIFILIS....

E talvez nem as notícias repassadas na TV os sensibilizem, e como dizia UM CABOCO, brabo com ladrões e políticos CORRUPTOS, tomara que MORRAM DE CORONAVIRUS, ai, nem os PUXA SACOS de plantão vão ao seu enterro.