quarta-feira, 29 de abril de 2020

"TORNEI-ME UMA EMBONDEIRA" (Neca Machado- 58 anos em 2020)


CRONICA:

 UMA “EMBONDEIRA” NA AMAZÔNIA, (DE SAMAÚMA A EMBONDEIRA)

BY (Neca Machado) EUROPA 2020
BIOGRAFIA


(Neca Machado, está APOSENTADA e mora na Europa)


Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta, Folclorista, Contadora de Estórias, que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 28 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
Email: nmmac@live.com


(Embondeiro, arvore sagrada africana)




“TORNEI-ME UMA EMBONDEIRA NA AMAZÔNIA (Neca Machado”

        Muitas vezes para me intimidar porque sempre fui muito “peralta”, minha Avó, (Leolpoldina Machado) me metia muito medo.
 Um poeta tucuju dizia que a minha casa era de Princesas, minha Mãe tinha o Nome de Izabel, e minha avó de Leolpoldina, Ela (minha avó) era intimidadora, veia africana, de uma cor onde a negritude imperava, me “metia medo” com as suas (arvores gigantes), nunca entendi de onde ela tirou a tal ideia que sua mãe lhe contara, da magia das arvores gigantes africanas, que se alguém as “magoasse receberia uma vingança, ” e isso me intimidava e a agradava porque Eu, me aquietava.
Nunca esqueci das arvores gigantes... E ficaram no meu subconsciente até a porta dos 60 anos.
E ainda criança lhe perguntei um dia (mas, essas arvores gigantes comem gente?) E ela sorrindo disse: não só comem, como as fazem desaparecer.
E os anos se passaram, e me apaixonei por outra arvore gigante que vi dezenas delas no coração da Amazônia, onde nasci e cresci, conhecida como a ARVORE DA VIDA, as belas Sumaumeiras, gigantes, cheias de vida, cheias de magia, encantadoras, uma arvore sagrada que é considerada uma “escada para o céu”.
E de novo:
Me deparo ao ler a fabula que marcou minha vida, na obra de Antoine Saint Exupéry, “O Pequeno Príncipe” com mais uma arvore gigante cheia de encantos e de magias, o famoso BAOBÁ:

 “Existem sementes boas, de ervas boas, e sementes ruins, de ervas ruins. Elas dormem no segredo da terra até que uma delas cisme em despertar. Então, ela se espreguiça e lança timidamente para o sol um broto inofensivo. Se é de rabanete ou de roseira, podemos deixar que cresça à vontade. Mas quando se trata de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, assim que a reconhecermos”.
– O Pequeno Príncipe –

E nas minhas andanças pelo Mundo, observei apaixonada, dezenas de arvores gigantes, conhecidas como: EMBONDEIRAS, os famosos BAOBÁS.
Sagrados, milenares, encantadores, enigmáticos, mágicos, cantados em versos, prosas, contos, poesias, e nas minhas lembranças onde sempre os imortalizei, ficou a imagem de belo Baobá que vi na Austrália, onde morei.
“ME TORNEI NA DOR E NA SUPERAÇÃO, UMA SAMAÚMA, E UMA EMBONDEIRA. ” (Neca Machado * 1961-AP)

           Me vesti de coragem, para transpor as dificuldades que apareciam no meu caminho, nada foi fácil na minha vida, parece que tudo a mim, era mais difícil do que nos outros, parecia que a cada passo que eu tinha que dar, tinha que refazer, e caminhar para trás de novo, cada subida de escada, era como se o fardo fosse pesado demais, como se cada degrau a transpor, fosse um verdadeiro obstáculo inatingível, como se a minha cruz fosse literalmente de pedra.
E as arvores gigantes, serviam-me como inspiração, fortaleciam me com suas seivas, com seus nutrientes, e de repente, me senti parte de uma raiz de algumas delas, percebi que como por encanto a magia de se “maltratar” uma EMBONDEIRA, transformasse em vingança a quem me magoasse, e vi pelo caminho tantos INIMIGOS vencidos, e SOBREVIVI, a muitos que faleceram, e fui aos poucos percebendo o sabor de uma VITORIA, de uma verdadeira arvore gigante que me tornei.

          (Na Europa onde decidi viver após minha aposentadoria,) na porta dos 60 anos, CONQUISTEI 30 livros coletivos, quando eu só queria UM, conheci tanta gente “famosa” com mais de 100 livros, e me orgulhei de estar ao lado deles, tenho obras com gente importante, estou como coautora em uma editora importante na comunidade comum europeia, e as magoas, angustias, tristezas, foram ficando pelo caminho, e como os húmus que regam uma EMBONDEIRA, consigo minha sobrevivência, onde os méritos de minha ousadia, de minha coragem, são somente MEUS, onde a DOR, não mais me intimida, onde as surpresas não mais me ferem ou surpreendem.


TORNEI ME UMA EMBONDEIRA NA AMAZÔNIA. ”
Criei raízes áreas e me tornei uma CIDADÃ DO MUNDO!