quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

BATEU UMA SAUDADE! (BY: NECA MACHADO)

 

“LEMBRANÇAS”

BIOGRAFIA



(NECA MACHADO MORA NA EUROPA)


(Neca Machado)

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta, Folclorista, Contadora de Estórias, que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 15 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017, 2018 e 2019. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 30 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020. Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora na obra “A vida em Poesia 3”, 2018, coautora na obra “a vida em poesia 4” (14.09.Lisboa-2019) coautora na obra do 5º Festival de Poesia de Lisboa 2020, coautora na obra lançada em Genebra- Faz de Conto (Make believe) bilíngue, português e inglês, 2018, coautora na obra lançada em Zurique “Tributo ao Sertão-2018”, coautora na obra lusófona (Além da terra, além do céu, lançamento em São Paulo- 2018) co autora na obra lusa – Liberdade-editora Chiado-2019, co autora na obra lusa Poem’art, Porto-2019. Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 30 blogs na web, 26 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

*NECA MACHADO ESTÁ APOSENTADA E MORA NA EUROPA

(30 ANOS DEDICADOS A EDUCAÇÃO DO AP-BRASIL)

Email: nmmac@live.com

 

“LEMBRANÇAS”

HOJE, BATEU UMA SAUDADE!

 

Hoje (28.01.2021) na Europa onde fixei residência, estamos em pleno confinamento pela covid 19 e na porta de mais uma prorrogação do estado de emergência que vai até março, só pude sair para ir ao supermercado e contemplar uma cidade deserta. Portugal - Porto que já foi por vários anos o Melhor destino turístico da Europa, está deserto, abandonado, com seus pontos turísticos sem ninguém, passei pela Ponte Dom Luís que separa a cidade de Gaia do Porto, e na cabeça somente a bela canção do poeta e musico Rui Veloso, Porto-sentido, e na estação do Metro uma Mulher doente mental falando sozinha, na estação de Santo Ovídio, Policiais a controlarem passantes, pouca gente nos comboios, muito frio e: ME BATEU UMA SAUDADE, saudade é uma palavra sem definição, saudade só tem na língua latina, e SAUDADE é uma dor que não mata, mas fere.

Tive SAUDADE:

·         De juntar manga na rua, sem medo de críticas e colocar na sacola,

·         Saudade do riso farto do Mestre Sacaca,

·         Saudade do cheiro do Tucupi fervendo, com chicória e alfavaca,

·         Saudade de um belo doce de cupuaçu,

·         Saudade de pupunha com café nas tardes,

·         Saudade do Pato no Tucupi,

·         Saudade do açaí do meu quintal, roxo que sujava as minhas mãos,

·         Saudade do Croquete de pão da Mamãe (Dona Izabel Machado)

·         Saudade das bananas fritas com canela que enchiam minha cozinha,

·         Saudade das minhas brigas pelo Poço do Mato,

·         Saudade de escutar J.Ney todo amanhecer,

·         Saudade de encontrar o afeto do João Silva na antiga casa de Duca Serra.

·         Saudade do sarcasmo do Professor Munhoz cada vez que me encontrava.

·         Saudade da Professora Souza, dizendo: (lá vem a Neca...)

·         Saudade da Fatima do Sacaca, única amiga que fiz no Tiradentes.

·         Saudade do meu vizinho Chico que dizia que (EU ERA ABENÇOADA) SOU.

·         Saudade dos periquitos na Mangueira, fazendo um barulho infernal.

·         Saudade das ironias do RATO, no Banco da Amizade,

·         Saudade do riso farto do Dalto Martins.

·         Saudade da elegância do Mestre Bonfim Salgado.

·         Saudade das pérolas do Samuel repórter-fotográfico.

·         Saudade de comer piquia, raspado com farinha.

·         Saudade de um suco de muruci bem grosso,

·         Saudade de um tucunaré no tucupi,

·         Saudade da pimenta do cheiro, amarelinha,

·         Saudade da minha Neta Laura (EU A AMO TANTO)

·         Saudade do Amstrong que quando me encontra, abre aquele sorriso,

·         Saudade de um aluno querido, Fabricio Picanço, muito querido.

·         Saudade do açaí do Ramiro,

·         Saudade do doce olhar da Tia Chiquinha na Igreja de São Benedito

·         Saudade da revolta do “Camarão frito” que xingava todo mundo,

·         Saudade dos meus queridos colegas do CCA, Elias e Douglas.

·         Saudade do Pirarucu, do Tamuatá, da Tainha, do Tambaqui.

·         Saudade de uma boa água de coco doce...

 

SAUDADE É SAUDADE!

 

          São boas lembranças, parte de uma boa memória, e graças a Deus que tenho boa memória, estou lucida na porta de meus sessenta anos com muito orgulho, escolhi amar de coração Portugal, escolhi descansar, AMO ESSE LUGAR, deixei de querer ter RAIZ, amo o sossego, o silencio, a segurança, quero que minhas cinzas sejam jogadas na Galicia onde Manfred está.

“E como dizia minha Vó: (NUM TÔ DOIDA, NEM COMO MERDA E NEM RASGO EURO)”

MAS TENHO SAUDADE.