sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

CONTO-POEMA > NECA MACHADO - 01.2017

SOBRE AS NUVENS!


CONTO-POEMA – 01.2017

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 06 obras lançadas em Portugal em 2016, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)



“Um dia quando EU era criança me disseram que se não nos comportássemos bem, iriamos morar SOBRE AS NUVENS e de lá nunca mais voltaríamos. ”

Um dia....
Quando comecei a ENVELHECER e a compreender com mais emoção, o significado das palavras, ENTENDI que podemos ULTRAPASSAR AS NUVENS e chegar ao Céu, e lá caminhar sobre a imensidão de nossas ações, atos e emoções.
Literalmente me senti SOBRE AS NUVENS, caminhei sobre o branco inatingível delas e da janela do avião, saltei para a imaginação.
Sorri sem pressa das velhas lembranças de infância que tanto me intimidaram e agora meio século depois caminho sobre a imensidão celestial, e toco o céu, sou parte deste imenso universo azul, que muitas vezes me ofusca pela plenitude de sua grandeza, LIBERO MEUS PÉS para que caminhem sobre as nuvens, e corro, corro tanto que canso, e quando paro, me sinto mais forte, levito sobre o terrestre e não quero voltar quero fazer minha morada SOBRE AS NUVENS, quero acordar ao amanhecer e tocar o céu, caminhar com os pássaros ao descer um pouco mais, brincar de esconde-esconde entre nuvens, pular de uma para outra quando escurecer ou talvez quando elas queiram virar chuvas, eu possa me proteger em outra que ainda não mudou de cor.



SOBRE AS NUVENS

Quero viajar com elas para outros lugares,
Quero me aventurar a olhar rios e mares.
Quero tocar levemente o céu
Quero cantar e soltar minha voz sobre este imenso tapete branco,
Quero colher e fazer flores multicores, com as cores do arco-iris.
Quero criar e desenhar sobre este papel.

SOBRE AS NUVENS

Quero correr sem pressa
Quero não ter limites ao sonhar
Quero asas para não parar,
Quero o sol a me aquecer tão perto
Quero escolher cores azuis, amenas, fortes, serenas...
Quero debruçar sobre janelas entre nuvens
Quero olhar rios feitos linhas tão distantes no meio da floresta.
Quero asas de uma Fada para tocar arvores centenárias pelo mundo.
Quero me aventurar em tão profundo universo,
Quero apenas descansar quando estiver ofegante,
E no outro dia,
De novo
Quero minha nova morada,

SOBRE AS NUVENS.

Sem janelas, porta, murais...
Sem limite, sem medo voraz
De homens, de Leis, de animais irracionais.

SOBRE NUVENS

Hoje meio século depois, SEI que alcanço o céu!
E que as Nuvens são vizinhas do infinito.