SOBRE AS NUVENS!
CONTO-POEMA – 01.2017
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da
Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 06 obras lançadas em
Portugal em 2016, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
“Um
dia quando EU era criança me disseram que se não nos comportássemos bem,
iriamos morar SOBRE AS NUVENS e de
lá nunca mais voltaríamos. ”
Um dia....
Quando
comecei a ENVELHECER e a compreender com mais emoção, o significado das
palavras, ENTENDI que podemos ULTRAPASSAR
AS NUVENS e chegar ao Céu, e lá caminhar sobre a imensidão de nossas ações,
atos e emoções.
Literalmente
me senti SOBRE AS NUVENS, caminhei
sobre o branco inatingível delas e da janela do avião, saltei para a
imaginação.
Sorri
sem pressa das velhas lembranças de infância que tanto me intimidaram e agora
meio século depois caminho sobre a imensidão celestial, e toco o céu, sou parte
deste imenso universo azul, que muitas vezes me ofusca pela plenitude de sua
grandeza, LIBERO MEUS PÉS para que
caminhem sobre as nuvens, e corro, corro tanto que canso, e quando paro, me
sinto mais forte, levito sobre o terrestre e não quero voltar quero fazer minha
morada SOBRE AS NUVENS, quero
acordar ao amanhecer e tocar o céu, caminhar com os pássaros ao descer um pouco
mais, brincar de esconde-esconde entre nuvens, pular de uma para outra quando
escurecer ou talvez quando elas queiram virar chuvas, eu possa me proteger em
outra que ainda não mudou de cor.
SOBRE AS NUVENS
Quero viajar
com elas para outros lugares,
Quero
me aventurar a olhar rios e mares.
Quero tocar
levemente o céu
Quero cantar
e soltar minha voz sobre este imenso tapete branco,
Quero colher
e fazer flores multicores, com as cores do arco-iris.
Quero criar
e desenhar sobre este papel.
SOBRE AS NUVENS
Quero
correr sem pressa
Quero não
ter limites ao sonhar
Quero asas
para não parar,
Quero o
sol a me aquecer tão perto
Quero escolher
cores azuis, amenas, fortes, serenas...
Quero debruçar
sobre janelas entre nuvens
Quero olhar
rios feitos linhas tão distantes no meio da floresta.
Quero asas
de uma Fada para tocar arvores centenárias pelo mundo.
Quero me
aventurar em tão profundo universo,
Quero apenas
descansar quando estiver ofegante,
E no
outro dia,
De novo
Quero
minha nova morada,
SOBRE AS NUVENS.
Sem janelas,
porta, murais...
Sem limite,
sem medo voraz
De homens,
de Leis, de animais irracionais.
SOBRE NUVENS
Hoje meio século depois, SEI que alcanço o
céu!
E que as Nuvens são vizinhas do infinito.