domingo, 6 de abril de 2014

PUDIM DE LIMÃO > Desnudando Lembranças, boas lembranças...UMA CRONICA PARA LAURA


CRONICAS DA NECA MACHADO
06.04.2014

Desnudando Lembranças
(Cheiro das nossas Vidas > Memoria Olfativa)
Por > Neca Machado > Amapaense - 52 anos > Especialista em Educação e Bacharel em Direito

PUDIM DE LIMÃO

Para muitos a memoria olfativa extrapola o tempo.

Há quarenta anos (40 ) Eu guardo na memoria um gosto de saudade de um Velho PUDIM DE LIMÃO dos arraias de São Benedito do bairro do Laguinho.

Eu tinha aproximadamente 12 para 13 anos e as Festas religiosas do Bairro do Laguinho traziam famílias inteiras para colaborar com as ações sociais da Igreja, e muitas delas traziam Delicias que faziam em suas residências e doavam para o Arraial.

Eu não sei de quem era um PUDIM DE LIMÃO.

Só sei que desde então ele nunca saiu da minha Memoria.

Minha Mãe Dona Izabel Machado era um eximia Quituteira do Laguinho e tinha uma QUITANDA de vendas de Bananas e outros produtos, e Eu era responsável por vender suas Bananas, mas, lá estava Eu guardando algum trocado das vendas para comprar um pedaço de PUDIM DE LIMÃO nos arraias de São Benedito.
Tinha também uma LUA, que era uma forma de doar produtos recebidos da Itália a preços populares.

 Havia um local onde guardavam produtos recebidos de doações de famílias italianas que os Padres reuniam durante o ano e no Arraial eles vendiam a preços simbólicos, era colocar o dinheiro em uma abertura e receber roupas vindas do “outro lado do Mundo”, aquilo era uma festa, tinha filas enormes para comprar roupas, comprei peças de roupas sofisticadas a preços de banana literalmente na época em que a Banana era barata.

Mas o que nunca saiu da minha memoria olfativa foi o cheiro do PUDIM DE LIMÃO, seu gosto era especial para uma criança que não tinha hábitos de comer doces em casa, diziam que PUDIM era comida de rico.

Eu amava aquele sabor, o caramelo queimado derretia na boca ao se misturar com o puro leite e o sabor do Limão não desaparecia, ficava na minha boca, aquele gosto de limão.
Depois de mais de 40 anos, tenho Lembranças que posso realiza-las, AMO cozinhar, e ontem decidi voltar a minha infância e fiz um BELO PUDIM DE LIMÃO.

Talvez ele nem tenha aquele sabor de saudade,

mas que ele me fez ter Saudade de coisas importantes na minha vida, fez, lembrei de minha Mãe que tanto amei, lembrei dos velhos Beijos de Moça vendidos nas portas por uma Senhora que os embrulhava em cones de papel de embrulho, e eles eram também especiais.
Lembrei-me dos Pães doces que hoje quando quero faço, lembrei-me das Pipocas Panteras do Camarão Frito...

Tenho tantas LEMBRANÇAS, tão boas que um dia gostaria de deixar a minha Neta Laura para que ela pudesse ler quando crescer e souber que fui e SOU FELIZ.



·         Conceito cientifico
·         Nosso cérebro armazena inúmeras lembranças. Quando ativado por um estímulo externo, que é o aroma, o cérebro desencadeia uma reação neurológica na memória, associando tal cheiro a fatos importantes da nossa vida. Basta sentir um cheiro familiar para que a cena do passado venha para nossa memória com uma incrível riqueza de detalhes. Pode ser o aroma de um alimento, o exalar de uma flor ou o perfume de uma pessoa. São os cheiros de nossas vidas. Quem não lembra o cheiro de livro novo, perfume de flor, refeição preparada pela mãe...
·         A “memória olfativa” é um fenômeno que acontece porque o olfato está diretamente ligado aos mecanismos fisiológicos que regem as emoções. Quando sentimos um cheiro, a informação passa pelas narinas e é processada no sistema límbico, parte do cérebro responsável pela memória, sentimentos, reações instintivas e reflexos.

·         O olfato é um sentido antigo, a chave que levou nossos ancestrais a aprender a caçar ou fugir. Ainda assim, o aroma certo pode evocar sensações vívidas e concretas.

·         Se por um lado, disse Jay A. Gottfried da Universidade Northwestern, o olfato é nosso sentido mais lento, porque depende de mensagens carregadas pelo ar (não na velocidade da luz ou do som), ele também pode ser nosso sentido mais rápido. Isso porque os sinais visuais ou sonoros devem ser assimilados pelo tálamo antes de chegar às regiões interpretativa do cérebro, enquanto mensagens olfativas vão diretamente do nariz para o córtex olfativo do cérebro, para processamento instantâneo.   
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