domingo, 27 de novembro de 2016

27.11 > DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O CANCER > UMA CRONICA REAL PARA REFLEXÃO

CRONICAS URBANAS DA NECA MACHADO > ESTORIAS REAIS

ENQUANTO ISSO DEPUTADO MANDA EMENDA PARA SÃO PAULO, E AQUI NA UNACON FALTA ZOLADEX (REMEDIO QUE DÁ SOBREVIDA AO PACIENTE DE CANCER)

André Abdon - PP/AP
10. 122. 2015. 4525. - Apoio à Manutenção de Unidades de Saúde -Barretos - SP- 1.900.000,00
3
31
1.900.000,00

CRONICAS URBANAS

CurtirMostrar mais reações
 Comentar
Comentários
Neca Machado CRONICAS URBANAS

Por > Neca Machado (Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, Fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas na Amazônia e na Euro
pa, em 2016 classificada entre as 150 melhores fotos do Concurso URBS cidades em tons de cinza com a foto “ Meninos no Rio Amazonas”, Classificada no Concurso Nacional de 2016 Novos Poetas na Antologia Poética Sarau Brasil 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em duas obras lançadas em 2016 em Portugal-Lisboa, Licenciada Plena em Pedagogia, Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 na Europa, Quituteira, 

CRONICAS URBANAS

“O RAIMUNDO QUE VIROU ALINE...”

Sentada na sala de espera para uma consulta com o oncologista onde acompanho meu esposo, a atendente chama “Raimundo”, olho para o lado e só vejo uma jovem, e com a curiosidade que me é peculiar, pergunto; você é o Raimundo? E ela meio sem jeito sorri um riso amarelo e diz que sim, mas que gosta de ser chamada de ALINE.
Volto a sorrir e como bacharel em direito a oriento que deveria procurar o Ministério Público e utilizar seu nome como é conhecida, que lhe é um direito constitucional, porque ela já se transformou em Mulher, e ai a conversa continua.
Me diz que saiu do Amapá que foi para Paris que fez implantes em Roma, que casou com um francês que foi muito bonita..... QUE, que...etc...
Escuto pensativa e pergunto, por que você está aqui? E ela de novo entre risos me diz que descobriu um câncer retal, que já sofreu muito que, não tem emprego, que vive só que o “marido” ainda lhe ajuda de “vez em quando” e que até recentemente veio ao Amapá lhe ver, e aí me mostra uma foto dele, e vejo um homem bonito.
E penso:
ALINE que foi RAIMUNDO se encantou com as luzes de Paris, deve ter ido pela Guiana francesa atravessado o rio de catraia e deve ter sonhado MUITO, quando se viu em uma cidade LUZ em todos os sentidos, lembro quando vi as vitrines na Alemanha fiquei encantada também, mas, sou “Pé no chão”, não fiquei vislumbrada porque sei onde piso e sei minhas limitações.
ALINE que já foi RAIMUNDO diz que fala francês que fez muito show em Paris, que tem papel de casamento, mas, que agora está de volta a sua terra para tratamento de um câncer que diz que ele já se foi, será? 
Deve trazer na alma suas tristezas, seus dramas e suas lembranças.
Ao lado também uma das mais expressivas representantes da luta pelo Câncer no Amapá a Professora Suzana Machado que não é minha irmã de sangue, mas é de coração como nós nos denominamos, e também escuta as “estórias” de ALINE que um dia foi RAIMUNDO.
Suzana a orienta a buscar benefícios sociais porque ALINE diz que não pode trabalhar, que se tornou incapaz, porque era cabelereira e agora sobrevive com uma pensão do INSS e as duas interagem em informações.
E EU volto a pensar na trajetória de ALINE que um dia foi RAIMUNDO, quanta tristeza em sua vida, quantas mudanças de planos que ela traçou e que ficaram pelo caminho, ela ainda mostra cicatrizes, diz que fez implante em todo o corpo que era uma bela Mulher em Paris e diz que tem fotos, não as vi, mas tinha interesse em ver.
ALINE é o exemplo de um sonho destruído por um CANCER RETAL, de desejos os quais agora só na memória e no fundo das lembranças. Me pergunto quantos homens amaram ALINE, para quantos ela talvez tenha cantado a canção de Christopher 
Aline
Christophe
J'avais dessiné sur le sable
Son doux visage qui me souriait
Puis il a plu sur cette plage
Dans cet orage, elle a disparu
Et j'ai crié, crié, Aline, pour qu'elle revienne
Et j'ai pleuré, pleuré, oh! j'avais trop de peine
Je me suis assis près de son âme
Mais la belle dame s'était enfuie
Je l'ai cherchée sans plus y croire
Et sans un espoir, pour me guider
Et j'ai crié, crié, Aline, pour qu'elle revienne
Et j'ai pleuré, pleuré, oh! j'avais trop de peine

O médico chega, a atendente me chama e deixo ALINE que um dia foi RAIMUNDO, mas, não a esqueci, aqui uma homenagem a ela, que servirá de exemplo para MUITOS outros RAIMUNDO, JOÃO, ANTONIOS, E MARIAS que deixam o Amapá para sonhar em Paris, e que muitas vezes o regresso é amargo e sem LUZ.
DescurtirResponder19 min