sábado, 24 de outubro de 2015

AMIGOS?

AMIGOS > ?

Por > Neca Machado (Especialista em Educação)

Quando comecei a envelhecer percebi a real conceituação da expressão AMIGO.
AMIGO É ALGO MUITO PROFUNDO.

CASOS REAIS

CASO I
Um dia em uma faculdade da cidade procurei uma coordenadora pedagógica para solucionar um problema corriqueiro porque Depois dos 40 anos resolvi voltar a estudar e escolhi o curso de Direito, e fui diretamente a ela porque em outra época trabalhávamos juntas em uma escola pública de Macapá. E me dirigi assim com meu jeito de ser: “vim aqui porque somos AMIGAS”, e para minha surpresa e espanto, ela altiva apesar do pequeno porte, com ar arrogante, me respondeu > NÓS NÃO SOMOS AMIGAS, SOMOS APENAS COLEGAS DE TRABALHO.
Sentei para não cair como diria minha avó.
E nunca mais chamei alguém de AMIGO.
São tantos casos de tristezas com AMIGOS ou talvez com falsos amigos porque nunca foram verdadeiros que vou escolher alguns.

CASO II

Lembro de um Menino franzino, doente de Asma que estudou comigo no antigo Ginásio Polivalente Tiradentes, éramos jovens entrando na adolescência e o governo federal implantava no Amapá um modelo de Escola adiantada que escolheu os melhores alunos de todas as escolas de Macapá para realizarem o ensino fundamental, e lá fui EU escolhida da Escola General Azevedo Costa para estudar no bairro de Santa Rita, e nós morávamos no bairro do Laguinho, era distante e no início havia ônibus, mas depois minha Mãe comprou com muito sacrifício uma bicicleta e lá ia EU de bicicleta toda feliz. O Menino franzino (    ) tinha poucos amigos e parecia gostar da minha companhia, sempre tive um bom coração, e quando ele tinha seus ataques de asma, lá ia Eu com pena levar ele para sua casa no antigo bairro da Cea.
Passaram-se os anos, fui estudar em Belém-PA e nos distanciamos, comecei a faculdade de administração, terminei e voltei a Macapá, fiz outro curso de licenciatura na Universidade Federal do Amapá, outro de Bacharelado em Direito, uma especialização em Educação Profissional, passei em um concurso público, e voltei a reencontrar o Menino franzino que sofria de asma, ele tinha terminado uma universidade em engenharia e construiu um empreendimento de sucesso na área da educação com êxito no Amapá.

Um dia ao encontra-lo sem cerimônia me ofereci para trabalhar com ele, mas para minha surpresa NUNCA me chamou apesar de saber do meu potencial pedagógico na área de empreendedorismo.
E aí fiquei pensando na expressão AMIGO de novo.
Ele realmente NUNCA FOI MEU AMIGO, APESAR DE SEMPRE DIZER QUE ERA.
Nunca me ajudou, nunca sequer quis saber como eu estava, então desiste de ser sua AMIGA.
E fiquei pensando se nas vezes que ele teve ataque de asma, se EU não o tivesse ajudado será que ele seria um profissional bem-sucedido?

CASO III
E aí lembrei de outro caso.

No Colégio Amapaense depois que sai do Tiradentes fui fazer o primeiro ano, e tinha que escolher uma opção para o ensino profissionalizante, EU não gostava de ciências biológicas e nem de agrimensura, então fui para o CCA fazer Secretariado, mas, conheci vários jovens dentre eles um me marcou profundamente e lá pensei mais uma vez, ESSE É MEU AMIGO.
Passaram-se os anos, o encontrei em Belém-PA já estudando Farmácia, depois trocou para Medicina e especializou-se em doenças do estomago. O via pouco por aqui, mas, fiquei muito orgulhosa de seu sucesso. Alguns anos na época do meu aniversario EU recebia um telefonema dele me parabenizando, depois, nunca mais.
E aí voltei a pensar de NOVO na expressão AMIGO que ele tanto repetia quando me encontrava, SOU SEU AMIGO LEMBRA?
NÃO! NUNCA FOI MEU AMIGO.
Sofri de gastrite muitos anos, precisei fazer ENDOSCOPIAS particulares e NUNCA recebi dele sequer um telefonema, me dando de cortesia o exame. Estou aqui no Amapá de volta há mais de 24 anos e ele nunca me deu uma consulta de graça.
NÃO É MEU AMIGO > Se fosse EU, daria uma consulta a cada seis meses.

CASO IV

Em uma rede social onde tenho uma conta, um dia recebi o convite de uma Professora conhecida na cidade, ela falava tão bem de mim, me elogiava, dizia QUE EU ERA SUA AMIGA.
Um dia mandei uma carta a ela.
“Começava assim> EU quero lhe agradecer pelas palavras, mas, infelizmente EU NÃO SOU SUA AMIGA;
EU nem sei onde você mora, nem sei a data de seu aniversário, nunca fui a sua casa, não faço parte de sua rotina, nem CONHEÇO VOCÊ DIREITO.... ACHO A EXPRESSÃO AMIGA MUITO PROFUNDA.
ACABOU A AMIZADE.

CASO V

UM DIA conversando com uma outra pessoa que NÃO E MINHA AMIGA, ela entusiasmada porque eu coloquei minha casa a venda para ir embora do Amapá assim que sair minha aposentadoria (no máximo em 3 anos) e pretendo ir morar na Europa com meu ÚNICO AMIGO meu esposo Manfred que deixou um PAÍS para morar comigo.

ELA SEM SER CONVIDADA ME RESPONDEU > EU VOU TE VISITAR NA EUROPA.
E EU > Meio sem jeito.
Mas VOCÊ nunca me convidou para ir a sua casa aqui no Amapá, nem sei onde a Senhora mora, foi a primeira vez que veio na minha casa.
Como vou convidar para ir a Europa me visitar?

Tenho centenas de casos de NÃO AMIGOS.
POR ISSO NÃO TENHO AMIGOS.